Tô indo

E se alguém perguntar por mim
diz que fui por aí
levando o violão
debaixo do braço
em qualquer esquina eu paro
em qualquer botequim eu entro
e se houver motivo
é mais um samba qu’eu faço


e se quiserem saber se eu volto
diga que sim, mas só depois
que a saudade se afastar de mim…

Nara Leão


Vejo vocês em Paris, se der!
E abre a poooorta, meu Brasil, que eu tô chegando!

Beijos 😉

PSV Crônicas – Participe

Não resisti e escrevi pro PSV Crônicas. Tá, pra quem não sabe o PSV site é o Portfólio Sem Vergonha, um site criado pra ser uma mão na roda na vida de qualquer um começando carreira em Publicidade. Tipo de coisa que deveria ter existido quando eu era universitária e inventava briefs bestas pra minha pasta.
No PSV site, os briefs são desafios e participa quem quiser. Muito bacana.
Agora o @maurosergio, criador do site, lançou o PSV Crônicas. Mesmo esquema, mas para aquele escritor entalado na sua amídala, ou naquele calo do dedo do meio. O desafio que nasceu foi o “E se…”. Qualquer tema que comece com um “E se…”.
É, eu sou uma das juradas, por ser colunista da Casa do Galo, então considere minha participação um oops, I did it again. Café com leite, que nem quando eu era menor do que eu sou.

E se a gente não soubesse fingir?

E ele continuou a carta, apertando o lápis no papel: você me dói, você me dói como uma facada crua raspando a carne, pingando o sangue até chegar no fundo, como uma ferida antiga que não cicatriza e pulsa, pulsa pelo simples prazer de dizer que está aí. Que está aqui. Dentro. Mas não, não vou me deixar ser triste, vou beber muita vodka e te sumir de mim, me sumir de você. Vou fumar charutos e usar chapéu, vou deixar o bigode crescer. Vou comprar camisas xadrez e Levi´s 501. Vou usar sapato de bico fino e corrente no pescoço. Qualquer coisa que me faça esquecer de mim, de você, qualquer coisa que me faça esquecer de mim sem você e que invente um novo eu, um novo que nunca te viu. E o que é eu sem você… Não sei, juro que ainda não sei. Você veio e levou tudo o que eu tinha de bom, trancou os meus sentidos fora de mim. Mas eu vou, olha, veja bem, eu vou superar. A vida está aí, o sol está aí, se a vodka é café, o café é a vodka, já não sei. Só sei que você me dói, cara, você me dói pra caralho.
Apertou o lápis num rabiscado eu te amo, quebrou a ponta. Dobrou o papel, deu mais um gole na vodka, ou no café – não sei, e guardou a carta na gaveta do criado-mudo. Levantou e continuou: o sol lá fora, a escova de dentes, a chave do carro. Estava atrasado para o trabalho, tinha reunião logo cedo.

Vai lá, escreva, participe, comente, dê notas: www.psvsite.com/cronicas

Des-online-zação

Tá, eu sei que isso não combina comigo, muito menos com a minha parte tuiteira. Mas tô tentando, de verdade, por isso alguns tuiteiros têm sentido falta da avalanche de tuítes, por isso o blog tem tido menos posts.
Na verdade era uma coisa que eu queria fazer há algum tempo. E depois de toda a minha crise com o David, chegamos a conclusão de que, sim, eu passo muito tempo conectada e isso não faz bem pro nosso relacionamento.
Ele nunca me pediu isso, sabe o quanto o meu blog e os sites para os quais escrevo são importantes pra mim. Mas o twitter, é, eu posso dar uma maneirada.
Esses dias cheguei em casa e nem liguei o computador, curti um pouco a casa, o marido, as risadas, cozinhei sem checar o twitter enquanto a água fervia… É, acho que a gente tá precisando disso. E a minha viagem pro Brasil cai como uma cereja no topo do bolo.
Óbvio que não vou deixar o blog que, pra mim, é o que tem de mais importante aqui. E não vou sumir do twitter. Só vou dar uma maneirada.
A internet me trouxe muita coisa boa, sim, mas pode desviar um pouco a tua vida. Por isso eu tô tentando me desonlinizar na medida do possível. Infelizmente não posso fazer isso totalmente, afinal de contas, é meu único meio de contato com o Brasil.
Mas agora vai ser assim. Vou desligar e ler um livro, ouvir uma música que não seja no youtube, aproveitar os primeiros raios de sol da primavera. Um pouco mais frequente.


Slow down everyone, you´re moving too fast.
Frames can´t catch you when you´re moving like that.


Brasil, here I go!

E chegou o dia deste tão esperado post. Meu passaporte tá aqui comigo, lindinho, com um visto de residência permanente no Reino Unido! Chegou na Sábado, pouquinho antes de eu ir pra Londres trabalhar.
Ainda olho pro visto e não acredito. Cara, é isso. A última etapa! Agora eu só tiro a cidadania se quiser, porque o visto é quase a mesma coisa. Eu e o David ficamos encarando aquele selinho no meu passaporte que muda toda a nossa vida, o selinho pelo qual lutamos tanto. Quem acompanha esse blog sabe o quanto foi difícil sempre pra ficarmos juntos.
E com a chegada do visto e do passaporte, uma certeza: Brasil, aí vou eu!! Agora é só comprar a passagem e me aguardem!
Não vejo a hora, depois de 1 ano sem ver ninguém, de abraçar a minha mãe, a minha irmã, amassar meu cachorro, comer mamão, tomar chopp na Vila, mesa de bar com todos os meus amigos, caminhar no Ibirapuera, respirar “ar regular”… Ai, São Paulo, que saudades de você.

E assim, por mais que eu não ame de paixão este país, isso aqui é a minha casa. E algumas semanas longe daqui já me dão saudades. Então, não, eu não vou dizer obrigada, Inglaterra, porque esse país tirou meu couro, minha sanidade e meu dinheiro. Fico com um chuuuupa, Inglaterra, agora eu sou sua. Vai ter que me engolir.
Mas aquela velha história… é primavera, e quando é primavera eu amo isso aqui.

Essas semanas tenho trabalhado alguns dias em Westfield, um shopping incrível em Londres. Tô amando, embora ir de trem todo santo dia e pegar metrô (e ficar em pé depois por mais oito horas) tenha me dado enlouquecidas dores no corpo. Mas a loja de lá é incomparável com a nossa daqui de Reading, os clientes são extremamente fáceis, e eu atendi uns cinco brasileiros (coisa que eu não vejo nunca em Reading). Fora que dá vontade de sair pelo shopping pra fazer compras, porque – olha – deixa até shopping de São Paulo no chinelo.
Sexta e Sábado vou pra lá de novo (é, feriado em varejo não existe). Mas e daí… logo eu vou pro Brasil e eu só consigo é sorrir! =)

Do something amazing today…

Give blood.

A semana tá corrida. 48 horas de trabalho, só um dia de folga, pré-Natal (isso é outra coisa, Milena!!), enfim. Quase sem tempo pra postar, embora eu me afogue no twitter.
Queria contar aqui  – e enfatizar mais uma vez – que fui doar sangue ontem. Finalmente calhou do posto de doação ser aqui perto de casa, em um horário em que eu não estaria na loja.
Saí da goiabeira e fui pra lá. Instituição “Give Blood”. Tinha marcado pras 15:55, cheguei cedo. O lugar parecia uma cena da Cruz Vermelha, meio angustiante, um monte de maca improvisada num salão de igreja.
Preenchi um formulário e fiz uma entrevistinha. Quando falei que era Brasileira só faltou descerem aqueles caras vestidos de “astronautas” do teto e me colocarem numa redoma de vidro. Pegaram o mapa-mundi, me mandaram apontar onde era a minha cidade e tal. Sorte que Sampa era laranjinha, se fosse vermelha era capaz de me estudarem. Me passaram uma lista de lugares no Brasil pra saber se eu já fui, Roraima, Acre, Mato Grosso. Não, minha senhora, eu passei a vida numa megalópole, manja? Lá só rola mosquitinho de luz.
Depois da longa entrevista, tiraram uns três tubinhos de sangue pra testar contra Chagas, Malária e essas coisas de terceiro mundo. Aí doei. Tempo recorde de agulha: 5 minutos. Nunca doei tão rápido. Uma pint de sangue (mais de meio litro).
O que me chamou a atenção foi a quantidade de cabelinhos brancos doando sangue. De jovem, só vi eu e uma menina. O resto era tudo idoso, achei lindo.
Mas, comentários a parte, o certo é que sempre me sinto muito humana. A sensação de doar alguma coisa em vida é muito gratificante. E desejo mesmo que vocês sintam isso. Não precisa ser O positivo, doador universal, como eu. Bancos de sangue precisam de todos os tipos. Mas ainda acho que quem é O positivo deveria se sentir obrigado a doar.
Sério, gente, não dói e demora – no máximo – 10 minutos. Talvez você se sinta meio molinho ou com sono depois, mas nada demais. Em 20 horas teu corpo já terá recuperado o sangue perdido. O único cuidado é beber bastante líquido e comer bem. De resto, fica a sensação de paz de espírito.

Em 10 dias receberei minha carteirinha de doadora do Reino Unido, se meu sangue estiver bem. A vantagem é que, além de ajudar, você ainda faz um check up de graça e rapidinho!
Procure se informar onde você mora. São Paulo tem a Fundação Pró-sangue, a Inglaterra tem a Give Blood. Veja quando fica mais fácil pra você e salve vidas. Talvez um dia você ou algum conhecido precise! 😉

A gente não perde o prazer de cantar

“Quem não gosta de samba, bom sujeito não é.. é ruim da cabeça ou doente do pé”. Mesmo que você não curta samba, há de reconhecer a carga cultural que ele traz.
Hoje, 2 de Dezembro, é o dia Nacional do Samba.  Surgiu em 1940 para homenagear um de seus maiores nomes, Ary Barroso.  E como este blog não se chama “Samba de Gringo” a tôa, fica aí a minha homenagem para essa raíz forte da terra que eu mais amo neste mundo.
O Samba cresceu em mim com os LPs do vovô, Ary Barroso, Demônios da Garoa, Elizeth Cardoso. Enquanto eu assistia MTV na adolescência, ele dizia que “não escutava nada que não entendesse”.
– Samba como se tivesse um pano de chão nos pés, essa menina. – dizia ele, quando eu e minhas perninhas de cinco anos tentavam sambar.
Vovô era carnavalesco de alma. Saía atrás de bandinha, pulava carnaval, comprava confete e serpentina. Era malandro. E a gente saiu igualzinho.
Este documentário sobre Ary Barroso vale super a pena, tem até declarações do Tom Jobim! Tá em duas partes. Assistam.

Twitter

Tô me achaaaandooo!! Ganhei REPLY do Rubinhoooooooo!!! Não foi RT, foi reply mesmo!

Eu mandei:

@rubarrichello vou ter que trabalhar amanhã e não vou te ver.. 😦 mas desejo toda a sorte do mundo e uma ótima colocação!!! pisaaaa rubinho!

Ele respondeu:

@rubarrichello @micastino bom trabalho ai e aqui…rsrs

 

Existe vida HUMANA em celebridade!!! 🙂

Poema caliente

O momento em que estamos juntos é interminável
Nossos corpos estão tão unidos que posso sentir as batidas do seu coração.
Nossa respiração confunde-se com a do outro
Nossos movimentos são sincronizados…
Indo e voltando… para frente e para trás …
Às vezes pára, e então, quando nos cansamos da mesma posição, nos esforçamos para mudar, mesmo que seja só por pouco tempo.
O suor de nossos corpos começa a fluir sem nada que possamos fazer. Um calor enorme parece que nos fará desmaiar…
Uma força ainda maior nos faz ficar ainda mais colados um ao outro e, quando não agüentamos mais segurar…
Uma voz ecoa em nossos ouvidos:

“ESTAÇÃO SÉ,
desembarque pelo lado esquerdo do trem”

(Autor desconhecido)