Então que finalmente eu tô voltando ao pique da academia e foi bom descobrir – mesmo sabendo que é mentira – que emagreci. Óbvio, perdi massa muscular, que é bem mais pesada que gordura, então tô mais leve só que não necessariamente mais magra.
Chegando lá, primeira pergunta do meu instrutor foi se eu continuava casada. Oi?? Enfim. Peguei leve na musculação no primeiro dia e, juro por Deus, foi o suficiente pra eu não conseguir abaixar no outro dia.
Continuo andando pro trabalho, não sou 100% sedentária, mas sempre fui gym-active, o corpitcho sente falta e o pique idem.
Daí que eu peguei os horários das aulas deste mês e estampadinho lá na sexta-feira está CA-PO-EI-RA. Metade de mim se empolgou, a outra metade se escondeu. Lembrei da minha primeira aula de capoeira, lá em 2007, na época em que eu era gym-freak e fazia dois spinnings por dia. David fez questão de me lembrar que levei um chute na cara, e eu super tinha abstraído isso.
Meu caso com a capoeira começou há anos, quando eu ia pra Salvador e queria fazer tererê ouvindo Bob Marley e comendo bolinho de estudante na praia do Forte. Uma amigona da minha prima, consequentemente minha amiga, morava em SSA e a gente ia algumas vezes, passava até meses. Salvador tem muitas estórias pra contar, mas paremos no Gustavo, ex dessa amiga nossa, que tentava ensinar uns golpes pra gente.
Depois voltei pra minha vidinha paulista e minha academia era no clube. E eu tinha uma turminha no clube que se encontrava lá todo dia, e tinha aula de capoeira com o Magrão. E o Magrão, minha gente, era gato. Gato, gato. E eu e a minha irmã, solteiríssimas da silva, queríamos aprender capoeira pra treinar com o Magrão. Não coube no meu schedulle de hidro, natação, body pump, corrida, step, jump fit. Mais uma invenção de moda e eu morreria.
Fica pra próxima.
Daí a gente entrou na academia-deusa, até hoje considero a melhor academia de São Paulo, a Ecofit e, gente, eu era tão feliz lá. Ia de manhã e à noite (sim, eu sou viciada em endorfina e isso não significa que eu seja magra e sarada). Tinha capoeira na Ecofit e, pra variar, minha irmã paquerava o mestre. Vamos tentar? Vamos.
Começou com agachamento por 30 minutos, sem parar, sem um minuto de brecha. E joga pernão prum lado, joga pernão pro outro, abaixa, roda e eu já vendo estrelinhas brilhantes. Nem tinha comido nada, mas comecei a enjoar. Cara, eu tenho labirintite, me bota pra rodar que nem baiana e eu tô com problemas. Sentei no banquinho, me senti na época em que eu era reserva do vôlei e toda aquela sensação de inutilidade me fez voltar pros agachamentos. Passaram 20 minutos e eu estava devidamente agachada sobre o vaso sanitário da academia. Chamando o Hugo de Hugh.
Mestre super decepcionado com a nova pupila. Pra que? Ótima, pegou os golpes super bem, bota na roda! Ooooi??? (Eu não contei pra ele que tava no banheiro vomitando, sim, foi uma grandessíssima merda).
E o sujeito me botou na roda, na minha primeira roda de capoeira, pra dar chute no ar que nem o Último Samurai. Não durou muito e eu tomei uma voadora bem no meio da bochecha. Quase nem percebi, porque, pra ser sincera, doía tudo. Todas as fibras musculares da minha bunda, inclusive umas que eu nunca – nunca – nunca tinha precisado usar, todas as fibras das minhas coxas, o estômago revirava e eu tomei um chute na cara. Resultado perfeito pra deixar de ser besta.
Depois da aula fiquei três dias (leia: TRÊS DIAS) andando que nem um pato manco, sem conseguir pegar um papel do chão ou sentar numa cadeira sem parecer uma velha reumática.
Se eu vou tentar a capoeira estilo inglês? Ah, gente! Vocês não me conhecem? Óbvio que vou. O máximo que pode acontecer é eu entrar em coma…
Leia também minha primeira aula de POLE DANCE.