Acabou o bolão…

Acabou a novela, acabou o bolão e todo mundo já sabe quem matou a Taís.
Não tem mais a risada escrachada da Bebel, as risadinhas sarcásticas e o jeito único de andar – duro – do Olavo, os tiques nervosos e psicopatas do Daniel, os olhos de tamanhos diferentes do Vidal, as olheiras da Alessandra Negrini, a chatice de Nikos e “Zulia” (ooops, novela errada!!???)

Ficam os conselhos matrimoniais de Francisbel da Silva, literalmente vulga Bebel, para a posteridade:
1. Ache um homem que te DÊ SITUAÇÃO, uma cueca maneira.
2. Vista sempre um becão chique.
3. Frequente “acadimia” pra manter o corpão.
4. Quando não souber o que dizer faça cara de rica e diga “que boa idéia este casamento primaveril em pleno outono”.
5. Nunca fale para o cueca maneira que até a sua máquina de lavar tem mais ânimo que ele.
6. Peça sempre para ele dizer “eu… sou… uma… piscininha!!!!” E então pule em cima e mostre que só você é que tem o borogodó.
7. Nunca, em hipótese alguma, perca a “catigoria”.

Será o benedito?

Eram 7 da manhã e o despertador tocou uma musiquinha bem chata que já a deixou de mau humor. Ela se levantou, tentou se espreguiçar mas deu uma cãimbra no ombro direito. Xingou a merda de puta.
Tirou o pijama de ursinho, vestiu um jeans e uma camisa branca e foi até a cozinha. Abriu a geladeira, pegou o leite desnatado, a margarina light e o pão de fôrma de 35 calorias a fatia. Pra compensar, colocou três colheres de Toddy no leite e tomou.
Foi ao banheiro e se olhou no espelho. Seu cabelo estava todo amassado. Tentou pentear os cachos mas ficou pior: o cabelo armou e se espivetou todo. Resolveu prender tudo num rabo de cavalo. “Displicente”, pensou. 
Ela via duas olheiras fenomenais debaixo dos olhos, uma mega espinha na ponta do nariz que tinha aparecido do nada e uma herpes cheia de bolhas no lábio superior. Era tudo o que ela precisava… Xingou alguma mulher da vida que pariu.
Pegou a base, o corretivo, o pó e se maquiou. Olhou no espelho, parecia que tinha passado massa corrida no rosto: havia uma crosta de maquiagem. Não ligou. Ela estava branca como cêra (a base era de um tom mais claro que a sua pele), resolveu arrematar com um blush. Pegou um lá meio dourado. Quando passou achou que tinha exagerado, tentou tirar um pouco e viu que ele tinha glitter. Mandou alguém copular consigo mesmo e desencanou.
Passou rímel, borrou, tirou o borrado, saiu o corretivo. Passou o corretivo de novo e o rímel, pela segunda vez. Não quis saber de sombra nem de batom, destacaria a herpes no lábio superior.
Pegou um casaco, a bolsa e uma garrafa de chá verde da geladeira. Chamou o elevador, mas teve que entrar de novo correndo porque tinha esquecido a pasta com o projeto que às 8:30 – “nem um minuto a mais” – tinha que estar na mesa do chefe chato, barrigudo e com pêlos no nariz.
Saiu de casa, trancou a porta e abriu a do elevador. A garrafa de chá verde caiu no chão, e ela se perguntou “mas será o benedito?”. Não. Se aquele fosse o Benedito, ela jurava por Deus que se casava de véu e grinalda e seria a Sra. Benedito com todo orgulho. Era o homem mais lindo que havia visto na vida. Cabelos pretos, olhos verdes infinitos que ela olhou por um segundo mas parecia uma eternidade. Sobrancelhas grossas e o sorriso mais bonito que o do Gianechinni.
Ele disse “oi” e ela disse um oi olhando pra baixo. Apertou o térreo. Porque diabos não morava no octagésimo sétimo andar nessas horas? Ela olhou para o Benedito de rabo de olho e ele estava olhando pra ela. “Será a espinha? Ai meu Deus, a herpes!! Burra, definitivamente é a crosta de base que deve estar bizarra e não tá escondendo nada. E eu ainda com essa garrafa de água mineral cheia de um líquido amarelo…” Na verdade ela queria era se virar do avesso e se esconder. Ou então estar linda como num comercial de xampu. Mas ele continuava olhando.
Ele perguntou se precisava de ajuda para carregar tudo aquilo. “Não, obrigada”, disse sem jeito. Burra, mil vezes burra. Se tivesse aceitado, o Benedito iria até o ponto de ônibus com ela! Já estava no terceiro andar e logo aquilo ia acabar.
De repente o elevador parou. Do nada. Parecia até pegadinha. Mas não era. Ele ficou perturbado, ela mais ainda. Ele disse “ah, não” ela disse “era só o que faltava MESMO”. Mas aí ela olhou pra ele e se imaginou casando com aqueles olhos verdes. Lembrou de todos os filmes que tinha assistido e pensou em se jogar em seu pescoço e tirar a sua roupa ali mesmo. Procurou um botãozinho que desligasse a luz do elevador no painel, mas não tinha.
Ela sorriu de lado pra ele, ele sorriu de volta. Ela colocou as coisas no chão e decidiu: se ele olhasse e sorrisse de novo ela iria propor de aproveitarem o tempo melhor… Afinal, mesmo ela estando daquele jeito deplorável ele continuava sorrindo, talvez ela não estivesse tão péssima assim. E talvez ele também tivesse uma fantasia por elevadores.
Então ele olhou e sorriu. Ela pensou “é agora ou nunca”. Estava quase com toda a coragem acumulada quando o elevador andou de novo. Parou no térreo. Ela saiu inconformada e ele saiu atrás. Ela olhou  e disse um “tchau então”. Ele disse “tchau” baixinho.
Foi aí que ela trombou com outro cara ainda mais lindo que ele. Pensou “até que enfim coisas boas”.
Então o cara ainda mais gato disse “ôôôô honey, quase morri de susto quando o elevador parou!” E o Benedito respondeu “Baby, fiquei beeeege!”. Ela mandou o filho da mulher da vida copular consigo mesmo, e saiu rumo ao ponto de ônibus. “Viado invejoso de merda!”

Eis que surge…

O quarto blog desta pequena criatura! Será que este vai vingar?