Existe uma fase em que você se levanta dos tombos, ajeita os curativos da alma e entende que para tudo na vida existe um suficiente. Enough! Basta!
O suficiente é o ponto de partida e é a linha de chegada. O suficiente é o que separa o teu hoje do que você foi um dia, é o que distingue o caminho que um novo você vai seguir.
E é facil descobrir quando o suficiente chega, porque ele chega dolorido. Ele nunca vem vazio, vem cheio de incertezas. Ele nunca é claro, carrega suas maiores confusões: ele vem cheio de você mesmo.
O suficiente traz apenas o que lhe é necessário: uma cópia rabiscada de quem você é, de quem você foi e de quem você está se tornando. E se tem uma coisa que o suficiente sempre traz, querendo ou não, é a pressão de decidir. Decidir pelo hoje, por você, por mais ninguém. Egoísta assim. Sem ajuda, sem colo, sem ombro pra chorar, se a decisão for errada.
O que você vai levar a partir daqui? O que você vai deixar?
Você é apenas resultado das tuas decisões de ontem. E se te falta algo ou se outro algo te conforta, é porque um dia você teve que decidir.
Se existe alguma obviedade na vida, é justamente sentir uma metade sua cheia, outra metade vazia. É carregar consigo as escolhas de um alguém que, à duras custas, você conseguiu traçar.
Talvez você consiga ser hoje o que sempre sonhou um dia. Talvez você esteja onde sempre quis. Ou talvez você seja apenas humano demais pra ter sequer um pingo de certeza do que realmente quer. E isso, meu amigo, nada mais é do que mais um caminho cheio de possibilidades.
Nós somos capazes de mudar apenas nós mesmos e de, às cegas, moldarmos quem seremos amanhã, baseados unicamente no que somos agora.
Decisões nunca são o fim do caminho, são apenas bifurcações. O “basta” é um leque cheio de oportunidades. Escolhas geralmente doem, mas também dão um orgulho inexplicável.