Ontem adivinhem quem inaugurou o alarme de incêndio do prédio????????? Eu, claro.
Resolvi fazer fishcakes pro David. Assei, mas não ficaram legais. Resolvi então dar uma leve fritadinha nos bichinhos. Coloquei um tico de óleo na frigideira e deixei no fogo esquentando. Só que a janela da cozinha tá com um problema que parece que vai cair, então deixei ela fechada. E esqueci de ligar o exaustor… e o alarme de incêndio é quase em cima do fogão.
Resultado, vim para a sala perguntar um negócio pro David e de repente aquele barulho ensurdecedor. Eu nem me liguei que pudesse ser do óleo… fomos pra cozinha e tinha uma fumacinha saindo do dito cujo, mas gente, nem chegou a queimar o óleo!!!!
O David sacou o pano de prato e começou a abanar o detector. Eu abri a janela e pensei “se cair agora, paciência, só completa a cena” (pensa que é difícil?? já fiz outra janela cair na minha vida, outra hora eu conto). Liguei o exaustor (tudo que eu deveria ter feito ANTES..).
Nesse meio tempo a gente não trocou uma palavra, o que dificultou muito a ação no processo. Também, nem se eu gritasse ele ouviria, tão forte era o som do bagulho. Eu abri a porta, achando que ele fosse me dar um apoio moral e descer até o painel de incêndio, mas ele nem viu, tava abanando a porta da cozinha.
Desci correndo e percebi que o alarme era no prédio inteirinho, ecoava por todos os cantos de Reading. O povo da rua olhava, os meus vizinhos já estavam fora de suas casas, todo mundo querendo saber o que tava rolando.
Eu desci e parei na frente do painelcom cara de paisagem. Veio o meu vizinho weird (esse é um que se mudou há pouco tempo pro apto de baixo, ele é muito esquisito… deve ter uns 40 anos, tem o cabelo bem grisalho, todo bagunçado, usa um óculos, nunca fala um “hi” e tem cara daqueles que vem pedir um saca rolha, mata o vizinho e enterra no jardim… o David disse que isso é fruto da minha imaginação de Bobby, mas eu tenho medo do cara…) Enfim, o semi-zumbi parou do meu lado. Eu olhei pra ele com aquela minha carinha meiga e disse “foi só um pouquinho de óleo hehehe”. Ele não respondeu e continuou olhando fixo pro painel. Eu vi um botão lá “silence fire alarm” e perguntei pra ele, “será que eu devo apertar?”. O pseudo-retardado continuou mudo. Eu resolvi sair correndo, porque o alarme ainda tava gritando e eu tava com medo do cara, se ele me pegasse ninguém ia ouvir meus gritos. Deixei ele no vácuo e voltei correndo pro apartamento.
Fiz uns gestos de mímica pro David, querendo dizer pra ele descer e resolver o painel, porque isso era tarefa de marido. Tá, não disse a última frase, ainda mais em mímica. Mas ele desceu. Girou a chavinha, apertou o “silence fire alarm”, tudo ficou quieto, e ele deu um “reset”. Parecia até que já tinha botado fogo em muita casa antes….
Enfim, o treco parou. Nós tivemos uma crise de gargalhada e eu tremia feito vara verde. Ele disse que óbvio, se alguém tinha que estreiar o alarme, esse alguém tinha que ser eu. Eu fiquei meio brava, porque o óleo nem chegou a queimar. Não tenho culpa que o detector é temperamental e sensível.
Voltei pra cozinha pra terminar os fishcakes. Dessa vez com janela escancarada quase caindo, exaustor no máximo e um ventilador virado de cara pro detector viado.
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