You owe it to yourself

Eu amo essa música. “Some people”, Goldfrapp.

Some people kill for less
Some people find it hard to get dressed
Some people, well
Ask how old I am
Some people live in a life
Some people need more than a slice
But when it fades
When the glitter’s gone
You know it
You owe it to yourself
You won’t let it make you mad
It’s already crazy
Old and lonely when the shade is down
The brighter lights just smells their empty heads
Some people don’t get much
Some people feel they’re in touch
With spirit worlds, talking to you now
Some people just gotta say
Some people just wanna play
They get a kick when it’s all messed up
You know it
You owe it to yourself
You won’t let it make you mad
It’s already crazy
You know it
You owe it to yourself
You won’t let it make you mad
It’s already crazy
And what you thought you lost was just mislaid
All the poems written in your skin
You know it
You owe it to yourself
You won’t let it make you mad
It’s already crazy
You know it
You owe it to yourself
You won’t let it make you mad
It’s already crazy
And what you thought you lost was just mislaid
And all the poems written in your skin

Algumas pessoas matam por pouco
Algumas pessoas acham
dificil se vestir de manhã
Algumas pessoas irão
Perguntar a minha idade
Algumas pessoas estão vivendo
a vida
Algumas pessoas precisam
de mais de uma fatia
Mas quando isso desaparece,
quando o brilho vai embora
Você sabe,
você deve isso
a você mesmo
Você não vai deixar isso te enlouquecer
As coisas já estão loucas
Sozinhos e velhos
quando a noite chegar
As luzes mais fortes
Apenas invade cabeças vazias
Algumas pessoas não ganham muito
Algumas pessoas entram em contato
Com mundos espirituais
Que falam com você
Algumas pessoas apenas não conseguem dizer
Algumas pessoas apenas querem jogar
Elas levam um chacoalhão
quando está tudo bagunçado
Você sabe,
você deve isso
a você mesmo
Você não vai deixar isso te enlouquecer
As coisas já estão loucas
O que você achou que tinha perdido
Estava apenas bagunçado
Todos os poemas
escritos na sua pele

Mais um

Eu já mal dou conta de escrever pra dois sites e ter tempo aqui pro blog. Pois bem. Acham que não. Porque me convidaram para um terceiro site, o Top Talent. Entrou lá meu primeiro artigo, “30. E agora?”. Passem lá!

A louca da portuguesa…

… Continua me rastreando.
A cada dia eu tenho pelo menos uma ligação não atendida , um sms e uma mensagem de voz.
Domingo passado eu fui trabalhar e peguei meu celular na hora do almoço. Havia uma mensagem dela dizendo que estava em Reading. Eu entrei em pânico, não queria de jeito nenhum que ela soubesse onde eu trabalho, porque se já me cerca assim, imagine se souber onde eu fico.
Dei uma de louca e trabalhei com o cabelo jogado na cara. Já tava quase indo comprar um boné, marcar uma ida no salão pra virar loira, sei lá.
Depois de um tempo ela me ligou de novo. Felizmente a gente não se trombou. Eu mandei uma mensagem meio mal educada, dizendo que estava trabalhando demais e não posso atender telefone (repare que eu NUNCA atendi nenhuma ligação dela até hoje). Ela me respondeu “ah, não sabia que trabalhava tanto!” Ô criaturaaaa!! Óbvio que não sabia!! Alguém conta pra ela que vinte minutos não é conhecer alguém???
Isso me mostrou que o buraco é mais embaixo. Ainda assim, depois da mensagem, ela me ligou de novo. Gente, se a infeliz não entende quando tá sendo cortada é porque é doida de pedra mesmo.
Pior que isso foi ela ter me deixado uma mensagem dizendo que estava com febre (oi???). E outra dizendo que estava jantando com o namorado. Tive vontade de responder “e o kiko?”, mas ela não ia entender mesmo.
Resolvi que daqui a alguns dias, se ela ligar de novo, vou fazer alguém atender e dizer que não é mais meu número.
Ah, gente, já tenho doido demais na minha vida. Ontem vi duas brasileiras conversando aqui em Reading e fiquei bem quietinha na minha. Ó, tô aprendendo.

Chá com leite

E depois do inverno mais doloroso da minha vida, de 1 mês com temperaturas negativas inimagináveis, de uma semana com 40 centímetros de neve sem derreter, eu entro em casa e ligo a chaleira elétrica. Coloco um saquinho de chá preto em uma caneca, completo com a água fervendo e é aí que mora o x da questão, minha gente: ponho leite.
Foi nesse ato impensável, nesses minutos medíocres de um dia qualquer depois do trabalho, que eu cheguei a uma conclusão. Estou definitivamente adaptada.
Não, esta não foi minha primeira xícara de chá com leite, não. Mas foi a primeira xícara de chá com leite que não sofreu nenhum processo cognitivo, nenhum tipo de bloqueio psicológico, nada que não fosse puramente natural e rotineiro. Sim. O chá com leite foi a minha bandeirinha fincada na terra. Cá estou, amigos, em uma cidade do interior da Inglaterra chamada Reading. Um lugar cheio de história, com uma Igreja de 837 A.C. e uma prisão que acomodou Oscar Wilde. Cá estou, num país que ainda não chamo de meu. Mas que já chamo de casa.

Leia: Confidências, escrito em Dezembro de 2008.

Magpies, explodam.

Eu ia falar do frio e tralalá, mas sei que ninguém mais aguenta meus neurônios congelados falando da mesma coisa. Então eu vou falar do demônio, vulgarmente conhecido por Magpie. Sim, essa avezinha é um lobo em pele de cordeiro. Linda parada, linda voando, que nem essas putinhas de esquina. Mas abre a boca, só sai – e entra – desgraça.
Pombos, por exemplo. Eu já nunca fui muito fã. Pombinha, o caralho, bicho sujo. Acho que é porque cresci numa escola que tinha pombos em tudo quanto era canto e eu era cagada, literalmente. Óbvio que meu amor aos animais se extende aos pássaros, insetos e tal, mas não é porque eu amo animais tanto – ou mais – que humanos, que eu tenho que gostar de aranha, por exemplo. Ou de mosquito. Mosquito faz parte do quê na cadeia alimentar?? No próximo mundo, ó senhor criador, invente pipocas para alimentar lagartixas. Odeio mosquito.
Aqui em Reading tem muito pombo, sabe, eles vem em cima, dão asada na minha cara. Um dia fiquei observando as criaturas na praça e, cara, vários deles não tinham mais as patas!!! Eram toquinhos de perna sem dedos! Outros tinham os dedos infeccionados. Tive dó e nojo. Sabia que o cocô do pombo tem uma substância química que se for inalada em quantidade suficiente pode te matar de problemas pulmonares???? Bicho sujo. Sujo, sujo.
Magpie é um pombo travesti. E ainda pior, porque grita escandalosamente como uma boa bicha enfeitada. Os gritos de magpie são de querer soltar um rojão pra ver se encobre.
Outro dia fui pro trabalho na neve e vi uma Magpie comendo vômito no chão. Tem coisa mais podre que isso??? Tá, eu sei que ela é um pássaro irracional, que não distingue vômito de comida e todas essas abobrinhas aí que vocês estão pensando. Dane-se. Bicho sujo. Porco. Magpie é uma mistura de corvo com urubu. E pombo. E camarão.

Notícia boa ou ruim primeiro?

Primeiro a boa notícia??? Passei no teste da cidadania inglesa!!! Uhuuuu! Foi super difícil, tava morrendo de medo de não passar, porque não ia dar tempo de fazer outro, mas no fim deu certo. Um cara que prestou comigo não passou pela segunda vez. A mulherzinha veio com uma cara glútea pra ele e o papel de que não tinha passado. Olhou pra mim e disse “vou imprimir teu resultado”. Voltou com outra nádega no lugar da cara e meu coração já veio na boca: “FO-DEU”. Com a mesma cara de bunda ela disse “parabéns, você passou”. Juro, a mulher devia se inscrever pra atriz de pegadinha. Ô gente sem coraçãããão.

Notícia médio: conheci a pessoa mais carente de toda a minha indústria vital. Geeeente, vocês não tem noção. Também, quem mandou ser sociável e falar com todo mundo, né dona Milena? Toma.
O teste foi numa biblioteca e eu esperei o resultado atrás de uns computadores. Tinha uma mulher abrindo o email dela e uma frase gigante em português. Neurônios carnavalescos jogaram confete, gritaram uh tererê e me obrigaram a fazer a fatídica pergunta: é brasileira? Dois pequenos olhos brilharam naquela biblioteca, disse que era portuguesa, catou a bolsa, sentou do meu lado, me fez um interrogatório de dar inveja à CIA e me chamou pra um café. Mamãe bem que dizia pra não aceitar nada de estranhos… quando vi, já tava no Costa Café de Maidenheadcom a minha melhor amiga.
Ela se chama Cláudia, tem 39 anos e – gente – mora aqui sozinha há nove. Não é à toa, né. Eu já mal aguento esse lugar em duplinha de dois!!! Imagine sozinha???
Como eu sou uma boa samaritana e acho que ninguém surge nas nossas vidas por acaso, dei meu telefone pra ela (olha que idiota). Ela me acompanhou até a estação de trem (falei que é melhor amiga) e disse “posso ir pra Reading com você?” Eu meio que fiquei com medo, sabe, nem cachorro abandonado acompanha tanto assim. Mas daí senti pena e disse “não”. Hohoho. Não quis ser má, mas tenho que resolver a papelada do visto e tal, não vou enfiar um ser humano abandonado assim na minha casa logo de cara.
Eu tenho certeza que daqui a duas horas ela vai me ligar. Certeza.
Fiquei com um misto de pena e obrigação-para-com-o-próximo, mas metade de mim só diz “Assifudê”.
Enfim, como eu sou besta, coração mole, idiota e burra, provavelmente falarei mais da Cláudia por aqui.

Notícia ruim: A Inglaterra está o caos. O dia depois de amanhã é hoje. Volto em breve com notícias fresquinhas. Aguardem cenas do próximo capítulo.

E 2010 começa hoje pra mim! Feliz 2010, eeeeu!!!!

PS: UPDATE: Não deu 10 minutos que eu terminei o post e ela já ligou hahahaha… Toooooma!!!

Como sobreviver ao frio

Muitos de vocês já devem ter visto o caos que está no Reino Unido esta semana. O inverno mais rigoroso dos últimos 50 anos veio acompanhado com a maior tempestade de neve. E, em menos de 1 mês, já nevou forte duas vezes.
Pra quem não sabe, o Norte da Inglaterra, a Escócia e a Irlanda do Norte estão acostumados com neve. Mas aqui no sul, perto de Londres, isso ainda é tão fenômeno quanto neve no sul do Brasil.
No ano passado, em Fevereiro, nevou bastante. Nada comparado ao que nevou essa semana, mas o suficiente pra deixar a gente feliz, parar Londres por um dia e fazer boneco de neve.
Desta vez a neve começou às 17:30 do dia 05 e só parou na noite de ontem. Neve forte durante vinte e quatro horas estragou a Inglaterra.
Aqui em Reading tem mais de 40cm de neve acumulada e como a temperatura está assustadoramente negativa, a neve não tem derretido. Ontem à noite, em Oxfordshire, aqui do lado, fez -17 graus. Não é brincadeira, o negócio tá sério mesmo.

Então aqui vão algumas dicas pra você que acha que nunca vai precisar se lembrar delas:

1. Extremidades são as partes mais vulneráveis. Pés, mãos, orelhas, nariz. Aquela estória de orelha quebrar no frio não é brincadeira, a gente não sente a orelha congelar. Então não subestime o gorro.
Pés pedem vários pares de meia, de preferência “thermal”, feitas com tecido especial ou lã. Coloque a thermal primeiro, pra entrar em contato com o pé. Se seus pés ainda estiverem frios com quatro, cinco pares de meia, coloque jornal como palmilha dentro do sapato. É sério. E quando chegar em casa, direto para a banheira ou fazer um escalda-pés.

2. Não há muito o que se fazer com o nariz, tente esquentá-lo de vez em quando, cobrindo-o com o cachecol ou a mão.

3. Nunca coloque luvas fora de casa. Se as suas mãos estiverem geladas, a luva cria uma espécie de “bolsa térmica” e mantém a temperatura que está. Esquente as mãos primeiro e coloque as luvas antes de sair. Aliás, nunca “ache” que não precisa de luvas. Um dia não achei as minhas na bolsa, desencanei, e cheguei na casa de uma amiga com o dedinho azul. Medo.

4. Se você chegar em algum lugar não sentindo as mãos debaixo das luvas, cuidado. Não coloque em água quente. Dá um choque térmico e qualquer temperatura acima das tuas mãos parece que está escaldando. Eu fiz isso outro dia e quase morri de dor, até água fria queimava. Esfregue bastante as mãos e tente mantê-las perto do aquecedor. Elas precisam voltar à temperatura naturalmente.

5. Não confie em sapatos à prova d´água. Todos os meus não seguram a neve. Compre um par de galochas ou faça como eu, aconselhada pelo ex cadete mirim do exército, que é o meu marido: enrole os pés em sacos plásticos e depois coloque-os dentro das botas. (Sim, eu tenho feito isso e quero morrer de catapora assassinando todo o meu passado no mundo da moda….) Mas não queira ficar com os pés molhados. Não mesmo.

6. Beba muito líquido e coma coisas quentes.

7. Muito cuidado com gelo. Se o chão reflete é porque tem gelo. Se não reflete, ainda assim pode ter o chamado “black ice”, que é o que você não vê. Não há muito o que fazer, você vai escorregar, patinar e cair. Mas um tombo pode ser perigoso. Tem uma moda nova rolando aqui de gente saindo de ski no gelo. Vi um cara em Reading ontem.

8. Se você tiver que andar no gelo, use sapato com “grips”, sem sola lisa. Sola lisa é morte. Ou então faça como eu e considere comprar umas chuteiras. Ande devagar, muito devagar e tente se equilibrar. Não há mais nada a fazer. E se cair, ria.

9. Não saia de casa depois de uma tempestade de neve que virou gelo, a não ser que seja realmente necessário. Se for sair de carro, deixe cobertores e casacos extras no porta mala e leve sempre água e comida com você. Teve gente presa no carro, nas estradas congeladas, por mais de 10 horas (com a temperatura negativa).

10. Nunca acredite no sol morando na Europa. Um solzinho lá fora pode ser propaganda enganosa. Sol de inverno não esquenta. Não subestime o frio.

11. Se você sentir que fica tonto durante o inverno, pode ser que tenha labirintite irritativa ao frio. Eu tenho. E só descobri depois que passei meses andando torto. Dica super fácil, tome cápsulas de gingko biloba todas as manhãs. Regulariza o labirinto.

12. Não se desespere se achar que não está conseguindo enxergar direito no inverno. O grau do seu óculos não aumentou, é a falta de incidência solar que contribui pra isso.

13. Agora aproveite para deixar seus vinhos geladinhos na janela e vá fazer um boneco de neve!

Eu sei que no Canadá e na Dinamarca essas dicas parecem ridículas. Mas a Inglaterra é um país despreparado para a neve, então todo cuidado é pouco.

Deita do meu lado

Deita do lado meu lado. Beija a minha nuca, envolve meu corpo na tua coxa,  me deixa sentir o frio correr pelas costas. Derreta comigo, nesse quente ardido que me molha a boca, mistura as tuas gotas às minhas, sente o arrepio que invade o corpo. Derrama em mim todo esse calor e me faz acreditar em qualquer coisa de novo.