O botao

Eu preciso aprender a me preocupar menos com os outros. Alias, menos com tudo.
Eu sou bem idiota de vez em quando. Fiquei o dia inteiro me perguntando se faltaria amanha no trabalho ou nao. Eu ja tive enough daquele hotel. Cheguei ontem em casa chorando…
Ao inves de decidir, fiquei me perguntando… putz, mas tem rugby amanha, o lugar vai ferver, a menina vai ficar sozinha… a menina??? Eh a supervisora, a mal comida, que faltou um dia dessa semana e me deixou sozinha com 97 check outs… E vai ferver??? Foda-se. Eh por isso que sua gerente ganha umas cinco vezes mais que voce. Problema eh dela. Como se diz por aqui: tough.
Mas quem disse que a minha mente fica sossegada? Eu tenho muito o que aprender ainda. Principalmente aprender a encontrar o botao….

Crise de idade

Sabe, eu vou fazer 29 anos em Maio.
E eu ando muito em dúvida se compro um Nintendo Wii ou se engravido.

Title-less (cansada demais pra pensar num título..)

Eu deveria andar com um gravador. Meus melhores posts são escritos mentalmente, enquanto eu caminho. E eu mergulho tanto nas minhas próprias caraminholas que geralmente me desligo demais.
Hoje à caminho da academia senti um ventinho na bunda. E era uma van passando, e com ela eu me toquei que tinha atravessado a rua, enquanto figurava uns posts na cabeça. Mas meus anjos protetores, que também devem ser meu leitores, me pouparam para mais alguns posts.
Tá um frio do cão. Um frio de querer ficar embaixo do edredom pra sempre. E eu, mais metida do que nunca, fui na academia. Day off hoje. Fiz aula de power yoga com a Lu e meu treino de personal.
O mais louco é que não parei de bocejar na yoga. Tava suando, tremendo os músculos e bocejando??? Estranho. Diz a Lu que é falta de energia vital, que a yoga traz de volta pro corpo.
Malhei e voltei pra casa. Tentei fazer um arroz e feijão, mas quem disse que eu ando com saco pra cozinhar? Tenho ficado tão cansada!! Acabei comendo salada mesmo, e tomando chá pra dar uma esquentadinha…
Depois tive um stress com banco, pagamentos e afins e pensei “é meu dia de folga, tô estressada, acabei de voltar da yoga e não mereço ficar nervosa. Vou deitar na cama por trinta minutos, pra espairar.”
Me enfiei no edredon maravilhoso que eu tenho, respirei fundo, e deixei o corpo se acalmar. Fui acordar duas horas e meia depois, com o David batendo na porta!
É esse o nível que tá. Onde dá eu encosto e durmo.
Mas tô bem, tô bem! E o futuro promete coisas maravilhosas!!!!!!

Retrospectiva

Quando eu era pequena queria ser escritora, desenhista e arqueologista. Nessa mesma ordem. Escritora e desenhista era porque eu simplesmente adorava os dois. Arqueóloga era culpa do Indiana Jones, meu ídolo infantil. Depois eu cresci (só um pouquinho) e quis ser bióloga ou publicitária.
Chegou o vestibular e minha família caiu matando. Filha de advogado, escrevendo bem desse jeito??? Bióloga???? Pra estudar drosófila?? Não, mãe, pode ser bióloga marinha! Pra estudar crill???? Então publicitária. Menina, você já viu quantos concorrentes por vaga tem na Fuvest pra Publicidade? É mais que Medicina!!!!
E eu me lembro muito bem: eram 122 concorrentes por vaga. Era óbvio que eu não entraria na USP, meu lado humanas jamais salvaria meu zero a esquerda em exatas. Podia ser tudo dez em História, Geografia, Português, Biologia, Conhecimentos Gerais. Mas com zero em Física, Matemática e Química, meu vestibular ficaria medíocre, mediano. Eu até prestei Fuvest mas nem passei pra segunda fase. E a família caiu matando de novo, tinha que ser universidade pública!!!
Eu queria entrar na Faap, minha mãe fez Faap, meu primo fazia, e a faculdade era linda, as pessoas eram lindas, era tudo lindo. Prestei ESPM, fui super bem. Mas fiquei em terceiro na lista de espera e nunca fui chamada…
Sobrou a única… Fundação… FAAP e suas escadarias, a ótima reputação em Publicidade, e uma Publicidade mais Propaganda do que Marketing, afinal, eu já tinha tudo planejado: Redação Publicitária.
Passei na Faap e foi incrível. Os melhores quatro anos da minha vida, eu amava cada aula, cada intervalo, cada cervejada, cada noite no bar, cada um dos meus amigos, cada JUCA, cada menino que passava na minha frente. Eu amava tudo, trabalhava de graça.
Trabalhei numa agência bam-bam-bam que não me pagava um puto e tirava meu couro. Odiei agência. Procurei emprego em redação por um ano, ouvia sempre a mesma coisa “seu portifólio é ótimo, mas…”: Sempre tinha um “mas”.
Até que fui parar no último lugar que imaginei na vida: na empresa de moda do meu tio. Em assessoria de imprensa.
E eu, que nunca quis ser cliente, nuca quis ser marketing, fui me arrastando aos pouquinhos pro marketing. E assim foi por oito anos, marketing de moda.
E com 28 anos de idade, quando se acha que deveria estar pelo menos se estabilizando em alguma coisa, cá estou eu. Como recepcionista de Hotel. São Judas Tadeu, dá pra dar uma mãozinha, por favor?????

 

 

PS: E aguardem! A velha “Retrospectiva 2008”, copiada das minhas agendas de 1995, quando eu tinha 15 anos, virá em breve!!!!

Gente estúpida

Trabalhei o fim de semana inteiro. Ontem tive late shift, das 15 às 23, e hoje lá estava eu no hotel às 6:30 da manhã. Desumano.
Semana passada tive uma crise de tpm com a minha supervisora, ela é grossa, mal humorada e resolveu me ignorar. Eu, de tpm, sensível pra caramba, sentindo falta da minha família, ouvi umas patadas dela e entrei no carro do marido chorando. De raiva mesmo.
Ô menininha mal amada!!!! Ela tem 24 anos, por isso me deve respeito (hohohoh) e se acha a rainha da cocada preta. Como diria um espanhol lá na Bélgica, grande mierda de puta madre. A coitada é recepcionista há cinco anos lá dentro, nunca vai ser mais nada da vida, pelo jeito, eu tenho mais é que ter dó dela.
Hoje, já recuperada da síndrome chora-com-propaganda-de-sabão-em-pó, troquei de shift com ela. Fiz de manhã, ela chegou à tarde. Quando fui passar o handover pra ela (coisas que tem pendente para o outro turno), ela não olhava na minha cara e só respondia uns mhumm, mhummm, mhummm. Eu falei, falei, falei, virei as costas e fui embora. Ela, como sempre, não olhou nos meus olhos e não disse tchau.
Eu cheguei no carro hoje e disse pro David: “no Brasil isso só tem um nome: falta de sexo”. Pede pro namorado fazer direito querida, você vai ver só, o humor muda, a pele fica um luxo! Ah, give me a break! Gentalha, gentalha, gentalha!!!!

Velha

Fui pro treino de personal. Olha que orgulho, chuva, escuro, seis graus, e eu de guarda chuva, casaco e legging a caminho da academia.
O meu medo da Lu tinha total fundamento, nem colocar a mãozinha na esteira eu pude!!! Hands off, darling, hands off!!!!!!! Tipo, army mesmo!
Mas foi bom, no fundo, no fundo eu adorooooo… adoro suar, sentir meus músculos tremendo!!! Tá, você deve achar que sou louca, mas de repente eu sou mesmo.
Só teve um porém que me fez sair de lá completamente chocada. A maldita balança de bioimpedância…. Eu já não queria me pesar, porque tô de chico, aí vai ainda numa de bioimpedância…. Beleza, uns vários porcentos de gordura, uns normais de massa magra, uma parte de desidratação. Juntando tudo isso, a balança me dá a tal da minha IDADE metabólica. Eu quis morrer de catapora. 43 anos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Desculpem-me mas entrei em depressão.

Para inglês ver

Sabe, o inglês é um povo esquisito. Consegue se extremamente caloroso e extremamente frio num curto espaço de tempo de dois minutos.
Digo que quando se conhece um inglês, ele é bem brasileiro. Fala alto, dá risada, brinca. Quando não se conhece, é o perfeito finlandês. Se bem que já conheci finlandeses nada frios. Mas o inglês pode ser frio, e muito.
É do tipo que anda na rua olhando sabe-se lá o que. Não é difícil saber quando alguém não é inglês aqui, é só ver se o cidadão vai olhar pra você. Andar nas ruas da Inglaterra, entre ingleses, é sentir o pózinho mágico da invisibilidade na pele. E se ele encostar a aura na sua, ele pede desculpas, mas não olha nos seus olhos.
O inglês é infinitamente mais educado que o francês, embora minha última experiência em Paris, há algumas semanas, tenha mostrado um povo quase que educado. Grosseria mesmo é na Bélgica, mas não estou aqui pra falar dos Belgas. Voltemos aos ingleses.
Pois bem. Os ingleses geralmente tem vários metros de altura, inclusive as mulheres. Ou eu é que sou pequena demais. Os homens, geralmente, são esquisitos e as mulheres, a maioria, é bonita demais. Mas são todas absolutamente iguais. Eu acho que inglês se subdivide em dois: os feios com cara de Hooligans, e os bonitos, impecavelmente bonitos. Quando inglês dá pra ser bonito é de tirar o fôlego, mas quando dá pra ser feio também é de dar dó.
Londres é um caso a parte do interior, as pessoas costumam ser mais bonitas, mais bem apresentadas. No interior, as mulheres costumam ser gordas, narigudas, e de cabelos ralos e criteriosamente oleosos e sujos. Andam de conjunto de moletom, o que nada favorece. A vaidade passa longe do inglês caipira, mesmo sendo um caipira de cidade nem tão pequena.
O homem da subdivisão feia tem cara de irlandês feio: bochechas protuberantes, narizes e orelhas grandes e vermelhas. Têm dois metros de altura e parecem o gigante do João do pé de feijão. E alguns ainda nem dentes têm, o que deixa a imaginação infantil ir ainda mais além.
Agora quando são bonitos, da outra subdivisão, são lindos. Podem ser loiros ou morenos, ainda com os dois metros de altura, com olhos de cores que nunca há de se imaginar, como o do meu inglês: cinza. Tem narizes perfeitos, dentes bonitos, e um charme que há de se ver para crer.
As mulheres quando dão pra ser bonitas, o que inclui a maioria das teenagers, são lindas. Tem caras de boneca, rostos redondos, pele extremamente perfeita, bochechas rosadas. Narizes que há de se chegar perto pra checar se são de verdade, de tão pequenos. Olhos infinitamente coloridos, grandes, cílios, boca carnuda ou pequenininha. Parecem bonecas andando em corpinhos de cachorro, finos e esquios. Mas todas iguais. A mesma maquiagem, o mesmo cabelo, a mesma calça skinny e a mesma bota peluda. Você dobra a esquina e jura ter visto a menina na esquina anterior!
Quanto a civilidade e a pontualidade, não vejo mais tanta coisa diferente. O inglês cospe na rua, joga lixo no chão, não dá lugar para os velhinhos e a pontualidade é algo que se aplica só no local de trabalho. Mas obviamente existem as excessões. Outro dia desses vi uma menina de uns dezessete anos passeando com a avó no shopping. Foi uma cena rara, uma adolescente de braços dados com uma idosa. A menina linda, boneca, com um vestido lindo. A vovó fofa, cabelinhos penteados, brincos, batom. A mesma vaidade, mas uma cena extremamente rara, visto que os ingleses são muito independentes. Inclusive os idosos.
O inglês é egocêntrico, é cobra muito mais criada do que brasileiro. Inglês não abaixa, não. Nós é que temos a mania de submissão. Inglês veste o humor que quiser e você que se vire se não te der bom dia. Ele não vai mudar o humor dele para te agradar. E também não vai deixar ninguém mudar o humor dele quando for a situação oposta.
Eu aprendi. Ao invés de dar oi e tchau no trabalho, eu espero. E se não ouvir resposta, não é o fim do mundo, e eles não estão me ignorando. E mesmo que ignorem, há sempre o por favor e o obrigado. Pra fingir que não há grosseria.
Agora quanto ao humor. Pode parecer louco, mas só eles se entendem. Demora para pegar o humor inglês. Eles adoram tirar sarro, são sarcásticos, e se te pegarem pra Cristo um dia inteirinho, era só de brincadeira. Quanto mais conseguirem te irritar, mais engraçado fica.
O inglês têm umas coisas engraçadas, como a mania por gestos de caridade, o vício em programas de sitcom e calouros, e a amada novela que tem vinte anos, Eastenders. Não conheço um cidadão do mundo que consiga assistir à essa novela, a não ser o inglês. É a própria tortura medieval. E eles ainda relutam dizendo “ah, mas olha que legal, essa mulher aí começou a fazer Eastenders quando tinha cinco anos!”. E qual a graça disso? Uma novela que não acaba nunca??? O pior é que Eastenders sempre ganha o prêmio de programa de TV do ano, há décadas. Qual é a graça de saber o resultado do prêmio?
Isso te explica o que é a televisão aqui. Nada de interessante, nunca. Em casa ou a gente assiste Friends, ou videoclips. De vez em nunca na semana tem uns programas humorísticos que valem a pena… o resto e a BBC inteira pode virar pó.
E você sabe porque a BBC é a maior rede do mundo? Porque aqui a televisão não é gratuita. Se paga cento e trinta e nove libras por ano para ter acesso aos canais “livres”, como BBC1, BBC2, BBC3 3 BBC4. E é esse o dinheiro que banca a rede mais rica do mundo. Se você pegar o sinal e não pagar, vai preso. Tudo em nome da BBC.
Mas o inglês é gente boa. Há de se mastigar por muito tempo para engoli-lo, mas um dia a gente se acostuma. Na vida a gente se acostuma a tudo. E vira e mexe você acha um com alma latina, mesmo que os últimos dois mil anos de antepassados tenham sido da ilha, mesmo que o sobrenome tenha brasão e tudo…. inglês com jeito de brasileiro, como o meu inglês, por exemplo.

Desafio

Tá chovendo, o dia tá cinza, a sensação térmica é de 5 graus e eu marquei minha primeira aula de personal às 16hs….
Ai….