Cotidiano

Eu continuo trabalhando no Hotel, apesar de não estar mais gostando tanto. Tenho ficado extremamente cansada e sem muito tempo pro David. E no fim das contas, ele é o único motivo para eu estar neste país. Além disso, não é minha área, tô com saudades de moda, saudades de marketing, fashion weeks e afins. Vocês sabem que é isso que amo fazer. Mas não vou largar o hotel enquanto não arrumar outra coisa.
As maiores novidades são que daqui a duas semanas mamis e sister estarão aqui em casa! Eu não vejo a hora, dou tudo pra um colo de mãe e um filme de pijama com panela de brigadeiro com a sis!!!! O Hotel me deu 1 mês de férias pra eu aproveitar bem a family e a gente vai acabar fazendo bastante coisa por aqui!
Enquanto isso, eu e o David estamos correndo pra resolver as outras coisas: sofá-cama, carro, etc.
Trabalhei o fim de semana todo e nunca vi o hotel tão morto… é hotel business, as semanas são mais cheias…
Hoje trabalho à noite. Das 15 às 23. Pelo menos a maratona às 5:30 da manhã acabou, por enquanto… E hoje minha gerente não tá, ela tem sido bem grossa e estressada ultimamente, o que não tem facilitado minha vida lá.
Mas enfim, o salário vem no fim do mês e é isso que conta!

Tá bom, tá bom…

Aí vai uma foto do novo cabelo! A única que consegui salvar porque não gostei das outras! Mas ele tava muito certinho nesse dia, prefiro ele mais amassado!
Vou tirar uma com ele cacheado, fica mais fofo! Aaah e não tô ruiva, não, é a luz!
 

Coisas de infância

Algumas coisas que eu adorava fazer quando era criança:

– Plantar bananeira sem esforço nenhum, e sem aula de yoga;
– Melhor ainda era plantar bananeira dupla, tripla, quádrupla (quando as outras crianças vinham logo em seguida);
– Colecionar figurinhas e me sentir importante quando tinha alguma rara;
– Comer sanduíche de banana (herança passada da minha bisavó pro meu avô, pra minha mãe e depois pra mim… simples: um pão francês fresquinho, tira o miolo, enfia uma banana dentro… mmmm);
– Apostar com a minha irmã quem deixaria o saco de leite cair e estourar antes de chegar em casa;
– Pedir pro meu avô deixar a gente andar de bicicleta em volta do quarteirão e me sentir super adulta e responsável quando ele deixava;
– Colher pitangas e cuspir os caroços pra ver se outra pitangueira nascia;
– Tomar guaraná com vinho (família italiana, gente… criança pode um pouco de vinho) ou guaraná com pedaços de pêssego (parece estranho mas é boooom);
– Comer miolo frito e achar que era bolinho (hahahahaha);
– Roubar os nhoques frescos da mesa enquanto a vovó cortava;
– Assistir pica-pau comendo amendoim japonês;
– Banho de mangueira!!!!!
– Dip & Lick, o pirulito explosivo;
– Brincar de escritório e fazer fichas de inscrição (vai entender né…)
– A caneta branca paper magic que apagava as outras;
– Meu snif-snif branquinho que dividia meus sonhos… que saudades dele!
– A vitrola da mamãe e nossos mini-disquinhos coloridos de contos de fada;
– O meu vinil do Topo Gigio e o dos Menudos;
– “Ursinho Pimpão”
– Mc Nuggets com molho barbacue;
– As férias de dois meses no Guarujá ou no Rio;
– O cheiro de material escolar novo;
– A hora de encapar os livros com plásticos coloridos e colocar etiquetas brancas com as bordas vermelhas;
– A maratona Chaves, Mara Maravilha, Clube da Criança, Sérgio Mallandro e Fofão. Depois do banho ainda tinha O Mundo da Lua, Glub Glub e Carrossel (comentário: o Lucas Silva e Silva fez faculdade comigo…)
– Assistir Carrossel na tv branco e preta e chorar com a morte do Firmino.
– Melhor ainda, assistir “Vovô e eu” e ser apaixonada pelo Gael Garcia pequenininho;
– Maria do Bairro;
– Lagoa Azul nas tardes sem lição de casa;

And I could go on, and on, and on…..

Se eu pudesse ao menos voltar vinte anos…

Quando casar, sara…

… e agora, vó?? Casei e nada sarou sozinho.

Diretamente da terra molhada…

Esses dias no hotel têm sido bem corridos. Hoje por exemplo cheguei às 6:30 e saí às 15:30. Quase não parei… na verdade, dizem que esse é o ritmo normal de lá mesmo, antes o povo tava de férias.
Tenho ficado tãããão cansada… saí do trabalho, perdi o ônibus, chovia o mundo e eu resolvi esperar o próximo (em meia hora). De sapatilha e meia calça, andando na chuva, não ia dar certo.
Minha cabeça tava explodindo, o ônibus não chegava nunca, liguei pro táxi. Aaaah 1 pound pro ônibus, pra parar a dez minutos da minha casa, cinco pounds pro táxi pra me deixar quase dentro do flat… não pensei duas vezes. Cheguei em casa e dormi duas horas seguidas.
A viada da agência ainda não mandou consertarem nosso heating (o aquecimento daqui de casa); disse que só dia 18. Tá fazendo um friozinho tão chato que pra vocês terem uma idéia eu tô com o fogão ligado e semi aberto. Tipo uma fogueirinha…. tá, eu sei que não é nada ecológico, mas eu tenho bônus por fazer supermercado de bicicleta, não tenho????

Sábado à noite fomos eu e o David na despedida da Ewelina, a polonesa que trabalha comigo. Foi num bar no centro e foi bacana porque muita gente do trabalho foi, deu pra fazer uma social…. o foda é que o Baker, marido da Ewelina, resolveu comprar rodadas de cerveja depois da minha segunda CAIPIRINHA de SAGATIBA!!!!!!!!!!!!!!!!!! E comprou pints, isto é, cerca de 538ml num copo só…. imagina a situação.
Sobre a caipirinha eu desafiei a menina a fazer uma pra uma brasileira. Ela ficou bem sem graça…. fez de um jeito que eu pensei, essa porra não vai dar certo. Espremeu o limão com a mão, jogou um quilo de gelo, a pinga, açucar mascavo e mexeu com o palito. Mas no fim tava tão boa…. tanto que eu e o David chegamos cambaleando em casa. E como Deus é pai e não padrasto, surgiu um táxi no meio do caminho na volta pra casa. Isso porque o cidadão inglês quis caminhar de volta, à 1:30 da manhã, eu de salto, meia hora, pensa….
No dia seguinte foi que eu descobri o grau do álcool, quando acordei e entrei na sala. Tinha meu brinco num canto do chão, minha calça num outro, parecia que tinham arrombado a casa pra roubar. Ressaca?? Acreditem se quiserem, na manhã seguinte estava na academia sem vesícula e sem ressaca.

O cabelo vai bem, obrigada. Só não tive saco de passar as fotos ainda…

Filme pornô e cabelo curto

Hoje só dormi 45 minutos depois que voltei do turno. Acreditem, eu estava na porta de casa – pronta – às seis horas da manhã em ponto.
No hotel morro de vontade de rir quando tô fazendo check out e falo pro cara o que tem na conta, tipo “1 noite de acomodação, 1 jantar no Le Café, 1 Fanta do minibar e 1 `movie`”. O movie é engraçado, aparece pra mim como “in room service”. Meu gerente me disse que se for £ 3 é um filme qualquer, se for £ 5, ele disse “você já sabe o que é”. Hahahahaha! E todos os caras tem um in room service de £5 na conta, é batata! O mais engraçado é a cara deles na hora que eu falo, por mais que eu não entre em detalhes, óbvio.
Hoje fiz um check out de um cara que tinha CINCO filmes pornô na conta!!!!! Hahahaha! O melhor de tudo foi ele me perguntando se eu poderia fazer uma invoice separada pros filmes e ele pagaria em dinheiro…. claro, meu senhor, o que vai dizer quando chegar em casa né?
Também teve um cara muito gato que fez check out comigo… mas ele já chegou me perguntando se a gente tinha desodorante…. aí, entrei na conta, in room service de £5! Pô, além de ficar se exercitando à noite com um pornozinho ainda vai passar o dia fedido????? Hahahaha, por isso é bom ver o histórico do cara.
Também fiz o check out de um português hoje, João Antunes. Foi bom falar um pouquinho da nossa língua.
Na saída do hotel dei uma de louca, ao invés de pegar meu ônibus, peguei o do centro. Andei sem pensar e parei no Toni & Guy de Reading. Perguntei o preço do melhor hair stylist, paguei adiantado e sai de lá com metade do cabelo faltando!!!! Sim, cortei na altura do ombro! Eu gostei, apesar de ter ficado meio puta com a mulher. Eu paguei por uma “director style”, 47 pounds. Você espera que seja a melhor cabelereira do mundo, certo? Falei que nunca tinha cortado o cabelo curto e que queria alguma sugestão de corte. Ela diz “mas o que você tá pensando?”. Eu respondo “ah, tipo na altura do ombro, franja abaixo do nariz, moderno, repicado”. Ela pega o cabelo e mede “essa altura tá boa? essa tá boa? e essa?” Eu respondendo que sim e ela se mandou pra pegar a tesoura. Pensei “que porra é essa, eu peço sugestão, ela me mostra o que eu penso de corte”. Ela voltou e eu tentei de novo “você tem alguma outra sugestão, alguma coisa que ache que vá combinar comigo?” Ela pensou e disse “mmmm deixa eu ver se tem alguém aqui com o corte parecido…. ah, tá vendo ela ali? tipo, igual, mas sem a franja”. Detalhe: era exatamente o que EU tinha falado.
Como a anta da director não me deu sugestão nenhuma, resolvi não aprofundar o assunto antes que ela desse tilt. Mas fiquei com raiva, afinal tava pagando por uma profissional que entendesse de visagismo e tudo mais, se fosse pra cortar só do jeito que eu pedi eu pegava qualquer um.
No fim, chuva lá fora, meus olhinhos piscando querendo dormir, quarenta e sete pounds já pagos, deixei ela cortar e pronto. Ficou bonito, mas bem parecido com o que eu tinha em mente mesmo.
Amanhã tiro uma foto pra postar aqui!

Pseudo-sonâmbula

Meu primeiro turno de manhã. Acordei às 5:30, minha gente! Cinco e meia! Ninguém merece. 
Acordei até que bem, achei que fosse ficar tudo numa boa. Cheguei no trabalho, tudo tranquilinho ainda. Quando começou a dar 13h meus olhinhos já piscavam…. tive uma crise de gastrite que achei que fosse desmaiar e não consegui processar nenhuma informação sequer.
Quando deu 15hs, hora de ir embora, ainda tive que esperar o ônibus um pouco. Só pra ilustrar: o meu trabalho fica literalmente onde o vento faz a curva em Reading… não é a toa que o único gerador de energia eólica (óóó que chiiiique – moinho de vento) fica do lado do hotel. Então toda vez que eu espero o ônibus é um “E o vento levou 2”, com alguns graus gelados de brinde.
No ponto de ônibus eu entrei num estado standby que não me lembro do caminho nem como cheguei em casa. Me lembro que a primeira coisa que fiz foi deitar na cama. E essa foi a decisão mais estúpida do dia….
A hora em que abri o olho com o telefone tocando eu já tinha babado no travesseiro inteiro. E tive a nítida impressão de que tinha morrido, a não ser pelas dores no corpo todo, já que dizem que a gente não sente dor depois que morre. Tentei levantar, mas tinha que abrir os olhos primeiro, então desisti.
Isso porque planejava ir pra academia… pobre menina… mal consegui ir ao banheiro fazer xixi. Depois de uns 20 minutos semi-morta eu comecei a recuperar os sentidos.
Deitei no sofá, o David chegou e me animei um pouco. Não que eu já esteja processando muitas informações… se falar devagarinho e eu anotar, eu até entendo! Hahaha!

Acho que com o tempo eu acostumo. Se é que eu vou ter tempo suficiente, porque cada hora é um turno….

A um passo

Antes de contar como foi meu “induction day” no trabalho hoje, vou dividir a notícia que vi no Terra.

Clica aqui ó!!!

Pra quem teve um pai que morreu de câncer isso significa MUITO.