Voluntariando, parte 2

Bom, disse que ia contar então vamos lá.
Como citei no último post, eu e minha prima fazemos um trabalho social em escolas estaduais pobres da cidade de Carapicuiba, periferia de São Paulo.
Na terça-feira, nós passamos o dia em uma delas, fazendo palestras para crianças entre 7 e 15 anos. Sabe, às vezes a gente acha que conhece o outro lado deste país, afinal, a gente acaba tendo contato com pessoas necessitadas. Mas estar ali, imerso no cotidiano deles, é bem diferente.
Antes de mais nada, fiquei impressionada com a quantidade de crianças que não sabia escrever nem letras, nem números. E isso aconteceu até na quinta série!!! Pra mim isso não é novidade. A filha mais nova da Néia, minha empregada, teve meningite séria quando pequena que a deixou com sequelas que interferem no aprendizado. Ela está na quarta-série do primário e não sabe nem escrever o nome. A Néia chegou a ir à escola implorar para repetirem a menina de ano, mas não pode. A que ponto chegamos hein, para uma mãe ter que implorar para reprovarem a filha.
Sobre esse sistema educacional a gente fala depois. O que mais me comoveu na escola foi um menino. E o nome dele era David, o mesmo nome do meu marido. Parece essas coisas de Deus, quando quer mostrar alguma coisa pra gente sabe!
Pois o que me chamou a atenção no David foi simples. Eu estava preenchendo os cadastros com as crianças, um por um. De repente o David levantou a mão e eu fui lá ver se ele precisava de ajuda. Ele aparentemente era igualzinho à qualquer outra criança. Quando cheguei perto dele, ele apontou a sua fichinha e tinha escrito coisas do gênero. Nome: Djhslonuyhg, Telefone: hgjkagdonh e por aí vai. Até aí achei que ele não sabia escrever, então lhe perguntei seu nome. Ele respondeu e eu perguntei seu telefone. Ele disse 123456789. Vi que tinha algo de estranho até um menininho me dizer “tia, ele é ‘doente’, não sabe falar”. Eu pensei “Meu Deus, o que este menino está fazendo aqui!!”. Quis a todo custo conseguir o telefone dele, afinal queria que ele ganhasse os benefícios como todos os outros, não deixaria passar batido só porque eu não conseguia me comunicar com ele. Um outro menininho disse “tia, tem o telefone dele no caderno. David, posso pegar sei caderno?”. Achei aquilo tão lindo.
Eu peguei o telefone do David mas não conseguia parar de olhar pra ele. Os olhinhos dele divagavam pela sala, e eu não tinha a menor idéia de onde estariam seus pensamentos, seu coraçãozinho. David deve ter uns 7 ou 8 anos. Quando a palestra acabou os alunos levantaram, brincaram na sala, gritaram, riram, cantaram. O David se dividia entre ficar sentado quietinho na cadeira, ou sentar no chão abraçado na mochila.
Eu perguntei para a professora, no final da palestra, o que significava ele ali, no meio de todo mundo. Ela me disse “ah, você não viu nada.” O David tem sérios problemas de autismo. E faz parte de um programa do governo de inclusão social. Ou seja, ele tem bolsa em uma escola especial de manhã, mas tem que frequentar uma escola normal à tarde. À princípio eu achei isso terrível. Uma criança autista precisa de cuidados extremamente especiais, eles têm problemas até com o toque de alguém. Qualquer coisa pode gerar um stress imensurável.
Depois tentei ponderar e percebi que esse projeto é muito mais favorável às crianças “normais” do que às que necessitam de cuidados. Elas sim aprendem como conviver com as diferenças. Agora o David, ele não fazia idéia de onde estava, de quem eram aquelas pessoas, às vezes ele me lembrava a falecida nan (avó do meu David que morreu com Alzheimer). Ficava olhando para o nada com um semblante quase que assustado, como se não tivesse a menor noção do que estava acontecendo.
Eu percebi que as outras crianças não zombavam dele, mas também não lhe davam a menor atenção. Eram completamente indiferentes. Eu não sei até que ponto isso é saudável ou não, na minha opinião o David deveria gastar suas tardes em atividades construtivas para o tipo de problema dele.
E a professora me disse que ele não é o pior caso do projeto do governo. Disse que passam pelas escolas crianças cegas, surdas, mudas, com problemas mentais graves e vários outros tipos de deficiência. Disse ter dado aula para uma criança cega e surda. Gente, convenhamos… o que uma criança cega e surda vai aprender em uma escola estadual, com professores despreparados para lhe dar a atenção devida? Minha prima me contou uma história que fez meus olhos encherem de lágrimas. Disse que uma vez deu palestra para uma turma com alunos cegos também. E disse que foi a cena mais linda que já viu. Quando ela falou que os movimentos de escovação têm que ser circulares, uma coleguinha que enxergava pegou o braço da menininha cega e fez os movimentos para ela, pra que ela pudesse entender.
Sobre o sistema educacional do nosso país, não tenho como expressar o nojo que eu tenho disso, dessa maldita lei 9.394 promulgada em Dezembro de 1996. Há onze anos nosso país sofre com a péssima qualidade das escolas estaduais e municipais, com o despreparo e com a falta de oportunidade que nossas crianças têm tido. As alegações dos defensores desta lei são abomináveis: “repetência causa baixa auto-estima nas crianças”. Alguém aqui morreu disso? Problemas de auto-estima estão aí para serem superados, e ninguém está livre deles num país tão cheio de preconceitos. Não vai ser repetindo de ano que a gente vai destruir o amor-próprio de alguém. Pelo menos, de 1996 para trás, ninguém foi um adulto pior por ter repetido de ano. “Sem a repetência, o governo consegue distribuir melhor os gastos com os alunos e atender à um número maior de crianças”. Ah, meu amigo, vá para a puta que o pariu. De verdade. “A repetência constitui um pernicioso “ralo” por onde são desperdiçados preciosos recursos financeiros da educação. O custo correspondente a um ano de escolaridade de um aluno reprovado é simplesmente um dinheiro perdido. Desperdício financeiro que, sem dúvida, afeta os investimentos em educação. Sem falar do custo material e psicológico por parte do próprio aluno e de sua família.” Sério. Vai pra puta que o pariu ao cubo.
Gente, sabe quanto nós colocamos no bolso do governo por ano?????? OITOCENTOS BILHÕES DE REAIS, só em impostos e taxas. Façam as contas, isso dá mais que DOIS BILHÕES DE REAIS POR DIA em impostos, entrando nos cofrinhos públicos.
Agora, se você multiplicar os 44 milhões de crianças matriculadas no ensino médio e fundamental (segundo a UNESCO), por R$ 643 – que é a média que o governo gasta com um aluno POR ANO, chegará à quantia de pouco mais de vinte e oito bilhões de reais. Isso é o que o governo gasta com todos os alunos matriculados em um ano. Em catorze dias de impostos, as contas da educação já estão pagas. Agora vem neguinho dizer que repetir de ano prejudica a estabilidade financeira do governo??
É por essas e outras que este país não vai pra frente. Quer mais um dado? “Nos últimos três anos, as despesas do gabinete da Presidência subiram de R$ 223 milhões por ano para R$ 350 milhões, de acordo com os registros do Tesouro Nacional, levantados pela organização não-governamental Contas Abertas.” Tá bom pra você? 350 milhões de reais só para o Gabinete do nosso digníssimo.
Agora se a saída para mudar este país era a educação, a saída pediu pra sair. E pela tangente. Não dá pra confiar num país que empurra a educação com a barriga, que considera alfabetizada uma criança que não sabe distinguir números de letras.

Um conceito da nova economia política – ramo recente dessa área de estudos – diz que o índice de corrupção de um país é inversamente proporcional ao nível de investimentos e de crescimento econômico.

É por isso que, por aqui, você vê os números do “desenvolvimento” aumentando tanto quanto os escândalos.

Voluntariando

Hoje foi mais um dia de trabalho social. É a segunda vez, desde a semana passada, que eu ajudo em palestras sobre educação odontológica em escolas públicas de Carapicuiba. Eu não faço a palestra, quem faz é minha prima que é dentista. Não seria difícil, de qualquer forma, mas duas já não dão conta de tudo, muito menos de todos. Enquanto uma faz a palestra a outra entrega, ajuda a preencher e recolhe os cadastros para limpeza e aplicação de fluor gratuitos.
Semana passada fomos na escola mais “vulnerável” – segundo a Secretaria da Educação – de Carapicuiba. E, mesmo tendo lençois como cortinas, dava pra ver que eles faziam de tudo para manter a escola em ordem. As crianças eram mais carentes então distribuímos também escovas de dentes patrocinadas pela Condor.
Esse projeto faz parte de uma parceria entre a Secretaria da Educação e a rede odontológica Sorrident´s, onde minha prima trabalha. E eu me ofereci para participar como voluntária.
Hoje eu trabalhei em outra escola estadual das 7 às 19h. E isso quer dizer que eu sinto que um elefante dançou can-can em cima de mim. Tô moída, destruida, acabada. Fizemos palestra para quase trinta turmas, de 1a, a 7a, séries. Pior é que alguns não sabem escrever, então eu tive que abaixar em cada carteira por umas quatro rodadas de classe para preencher os cadastros um por um. Ou seja, coluna pediu arrego. Quem disse que eu consegui ir à aula de spinning hoje!!! Nem amarrada!!!

Como eu disse, tô acabada e não tá rolando nem escrever. Então, amanhã conto mais os detalhes sobre as crianças, sobre uma criança em particular e sobre tudo o que vi por 12 horas dentro de uma escola pública estadual em Carapicuiba, uma das regiões mais pobres de São Paulo.

Ontem e seis anos depois…

Ontem foi um dia desses cheios, que não dá tempo de respirar. Mas foi tão bom… Calor do inferno em Sampa, sol, céuzão azul. Delícia. Acordei às 8:30 – domingo hein minha gente!!! – e fui andar no parque, eu, mamis e Billy the Kid. Ia ter show da Diana Krall de graça, às 10hs. De repente o parque começou a lotar, mas a gente já sabia que ia ser assim – menos o Billy… Encontramos um pessoal e esperamos sentados na grama, debaixo de sol forte, meia hora, uma hora, uma hora e meia. Sei que desistimos ao meio dia e nada da mulher ainda. Eu podia ter ficado, mas Billy já tava pedindo pra sair e – eu disse – o dia foi corrido. Na saída encontrei um amigo de infância – tinha achado estranho mesmo não ter encontrado ninguém ainda, isso não é normal.
A única coisa que me tirou do sério ontem foi no parque. Billy quis fazer número dois. Eu esperei, catei meu saquinho plástico, recolhi seu devido cocô e caminhei em direção à lixeira. No meio do caminho havia um alien. E eu pisei nele. No maior cocô verde que já vi na vida. Cara, fiquei muito puta, xinguei todas as encarnações do dono do alien. Eu lá, exercendo minha cidadania, recolhendo o cocô do meu cachorro e piso no cocô do cachorro de um outro??? É o fim. Fui a prova viva do velho clichê “Seu direito termina onde começa o meu”. Que ódiooooooo.
Tomei banho voando, falei com marido à jato e fui para um churrasco. Churrasco de família, coisa que eu adoro, juntar a italianada toda pra comer e falar, todos ao mesmo tempo. Foi ótimo, minha tia me deu uma pasta com documentos antigos, desde meu bisavô (o Raffaele, do conto “Bem além das esperanças”), até um testamento bomba do meu tetra-avô. Diversão garantida para os próximos meses, lá vou eu agora tentar descobrir a parte grega da família. Um dia saberei de todas!
Saí do churrasco com hora marcada e vim, eu e sis, cantando Ana Carolina aos berros, tipo a menina do filme “Antes só do que mal casado”, sabe! Deixei sis em casa, que tomaria outro rumo, e fui para um chá-bar. Foi tão bom! Encontrei duas velhas amigas de facul e, de repente, tive a sensação de ter voltado no tempo, para os corredores da Faap. Parecia que nada tinha mudado, mas tanta coisa mudou no nosso grupinho de cinco. Faz seis anos que nos formamos e é louco ver o rumo que cada uma tomou. Uma já casou, descasou, se afundou no trabalho e a gente quase nunca vê. Outra, que dizia que “crianças – só com batatas”, acabou de ter a segunda filha. Outra já trabalhou em três mega-empresas, morou em Curitiba, voltou e agora tá em agência. Outra tá mudando o caminho profissional da água pro vinho e planeja morar na Nova Zelândia. Outra era criação de agência, desistiu, fez Nutrição, disse que de águas publicitárias nunca mais beberá e agora tá prestando concurso público pra Receita Federal. E outra, bem, outra vocês já sabem. Casou com um inglês e vai morar do outro lado do mar….

Olhos vermelhos

Os velhos olhos vermelhos enganam sem querer
Parecem claros, frios, distantes,
Não têm nada a perder
Pra que se preocupar?
Por que chorar?
Se amanhã tudo muda de novo
Pra que sofrer se nada é pra sempre?
Pra que correr?
Nada como um dia após dia,
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez…

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Love songs are back agaaaaain…

Esse post é tudo pra quem não tem o que fazer hoje!
Se você tem mais de 25 vai se divertir. Se você tem menos, vai ver o que perdeu!!!

Eu já tô numa fase saudosista-brega há um tempo. Aí entrei no blog da Nu e não resisti. Resolvi voltar no túnel, virar a gaveta no chão e contar meus podres. Que medooooo.
Ao som de “Making love out of nothing at all”, do blog da Nu, eu vou dando as coordenadas para quem estiver aí. Tipo, volte para quase 1990, Época da extinta Rádio Cidade e seu “Love Songs”, que começava à noitinha com aquela música que fica no ouvido até hoje “Love songs are back agaaaaain”. Aí sim, era sessão sala de dentista. E a música que mais tocava era  Endless Love, alguém lembra??? (Hahahahaha)

O mais cômico era quando o locutor fazia a tradução. A música tocava e no intervalo das frases ele traduzia correndo, com aquele inglês tosco. Mas, claro, com a mesma intonação da música e com aquela voz que só locutor de rádio assim tem. E era mais ou menos assim:

My love…. meu amor…. there´s only you in my life… só existe VOCÊ na minha vida…. the only thing that´s right… a ÚNICA coisa certa… my first love… meu PRIMEIRO amor… you´re every breath that I take…. você é CADA respiração minha… you´re every step I make… você é todo passo que EU dou… and Iiiiiiiii…. E eeeeu… I want to share.. all my looooove with you… Eu quero dividir TODO O MEU AMOR – com você…. No one else will do… NINGUÉM!!! Jamais o fará!… And your eyes (your eyes, your eyes)… e seus olhos, seus olhos, SEUS olhos… they tell me how much you care… eles me dizem o quanto você se importa!!!!… Oh yeah… Ah, sim… you will aaaaalways be… você SEMPRE será… my endless looooove… meu amor… SEM FIM…

(hahahaha preciso continuar, sorry!!!!)

Two hearts… dois corações… two hearts that beat as one… dois corações que batem COMO UM!… our lives have just began… nossas vidas… apenas começaram!!!… Foooorever… PARA SEMPRE…. I´ll hold you close in my arms… eu te abraçarei… nos MEUS braços!… I can´t resist your charm… NÃO!! Eu não CONSIGO resistir ao SEU charme!!!!!…. and I, I´ll be a fool for yooooou i´m sure… e eeeeu??? eu serei um BOBO por você, tenho CERTEZA!… And you know I don´t mind, ooooh you know I don´t mind… E você SABE que eu não me importo, OOOOH você sabe que eu NÃO ME IMPORTO!!!!!… cause you…. porque VOCÊ!!… you´ll be the one to meeee… você será A ÚNICA para MIM!!!!… and I know… e EU SEI!!!… I have found in you…. que encontrei… em VOCÊ…. my endless love… meu amor…. sem fim…. And noooooo one can deny… E NINGUÉM PODE NEGAR!!!!…. the looooove I have inside… o amor que eu tenho AQUI DENTRO!!… And I´ll giiiiiiiiiive it all to you… E EU O DAREI TO-DO À VOCÊ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!….. My love, my love…. meu amor, meu amor… my love…. meu…. amor…. my endless love…. meu amor…. sem fim…

(Tipo, e agora parecia que o cara ia chorar…)

Hahahaha não consigo parar de rir!!! Fora “Endless love” tinha aquela da novela Mandala, “Nothing is gonna change my love for you” (… you ought know by now how much I love you, one thing you can be sure of I’ll never ask for more than your love…). Ah!! E outro clássico: “I just called…. to say… I love you… I just called to say how much I ca-a-a-a-are!!!”.
Cara, é tanta música que vem na cabeça… “If you leave me now, you´ll take away the biggest part of me… Uuuuuuuuh no, babe please don´t go!!! Tã-tã-tã-tããã-tã-tã-tã-tã-tããã….” Tá, mas também tinham as nacionais. Bons tempos de Só Pra Contrariar e umas porcariazinhas… O que me lembro bem é Sampa Crew: “Pro-cu-ro alguém com quem possa dividir, essa dor que me corrói e quer me des-truir… eu fui fundo nesse amor, fui sem medo, procuro os motivos sei que não me-re-ço (,,,) hoje resolvi mudar, vou dei-xar… de te amar… hoje resolvi mudar, vou cantaaar… yeahyeah, yeahyeah, yeahyeah, uuuuuuuuuuuuuuuh….”


Obviamente não podemos deixar de citar os reis da época, New Kids On The Block. Pra quem era delinquente como eu, NKOTB. E a música top deles no Love Songs era Please don´t go girl“, com o Joey cantando com aquela vozinha de criança “Tell me you´ll staaaaaaay, never eeever go away…. I need you (I need you),,, I guess I aaaalways will… Giiiiiiiiiiiiiiiiiiiiirl… you´re my best friend – giiiiiiirl – you my love within, I just want you to know… that I will alwaaaaaays love yooooooou…. UUUUUUH BABEEEEEEE… don´t-go-girl… I´m gonna alwaaaaaaays… love-you-girl…”

 

Ainda dá tempo de falar de Polegar… hehehehe… “Dá praaaa mim, o seu amooor, dá pra miiiim, não se preocupe que eu serei um bom rapaaaaaz…” 

 

E Dominó, na época ainda do Afonso Nigro… “Manequiiiim, teu sorriso é um colar de marfim… vou te seguindo… manequim, que nem dá bola pra mim…. manequim, mil carinhas com o queixo na mão… ” O mais engraçado é assistir ao clipe aí no link e reparar no “penteado sexy última moda” que ele fala… Sem contar a dancinha e as caras!! Hahahaha, de se matar de rir! (Se não abrir, o link é este: http://www.youtube.com/watch?v=DXurFXnjj1I)

E aí tinham os bons. Extreme com “More than words”, Poison com “Every rose has its thorn”, Skid Row com “18 and a life”, Guns com “Patience”, All saints, U2, Nirvana e Bon Jovi, claro. E tinha os outros. Ugly Kid Joe e “Everything about you”, Alice in Chains com “I’m the maaaaaan in the box, burieeeed in my shiiit…”, Right said Fred e “I’m too sexy”, Deelight e “Groove is in the heart”, Danger Danger (alguém lembra?),  Ace of Base, Warrant e “Cherry Pie”, etc…

Um clássico dos anos 90. O clipe da abelhinha… Blind Melon e “No rain”… E, a seguir, Deelight e o psicodélico super moderno “Groove is in the heart”!

“How do you say… dee-light…”

Outro inesquecível, Vanilla Ice… Não minha gente pequena, não é Vanilla Sky, é Vanilla Ice mesmo, tipo ice-ice-baby.

Isso ainda me lembra muito Tartarugas Ninja!! Hahahaha!!!
Depois vocês perguntam o porque dos nossos topetes naquela época…

E pra fechar com chave de ouro, um clássico que eu vi na TV esses dias. “Hunting high and low”, inesquecível AHA.

Tá, eu falei um monte e não contei os podres. Os podres vêm junto com aquelas agendas velhas que eu citei aqui uma vez. É minha gente, em 1980/1990 os adolescentes eram retardados, imagina que menina de 13 anos era toda arrumadinha que nem essas que a gente vê em shopping, com silicone e tudo. Na escola tinha que usar uniforme, não dava pra ficar desfilando roupinha.
Moda era camiseta da Fatto, com aquele bichinho estranho com um band-aid na cara. E do tamanho maior possível, bem larga. Depois evoluiu um pouco e todo mundo se robotizou em calças leggings, camiseta Banana Republic com a iguana, brinco dourado de coração e topete Mc Donald´s (dividido no meio, apetrecho conseguido através de horas de bob). Ah, e, claro, tênis de salto, igual ao do açougueiro da esquina. Pelo menos aqui em São Paulo era assim. Não tinha progressiva, a gente não sabia usar maquiagem e a moda era feia. Eu disse, anos 80. Quer moda pior que esta? Ombreiras, moletom, camisetões, botões dourados… um show de horror.
Balada em Sampa era Resumo da Ópera (dentro do Shopping Eldorado), Kíron, PHD, Stravaganza… Meninos tinham que ter topete e usar Ralph Lauren ou Lacoste, e mocassim marrom de sola branca da Side Walk (quaquaquaquaquaqua!!!!!)… E a gente dançava Double You. E um pouco antes da adolescência, os carros dos pais tinham que ter o adesivo do cachorrinho da Ticket´s, se não você não era cool. E ai de quem não tivesse um fru-fru verde limão da Pakalolo.
Era isso minha gente. A gente não sabia muito das coisas, queria ficar falando dos meninos e só. Se desse para beijar na boca, ótimo. Outras coisas seriam lucros incrivelmente grandes. Tudo bem que eu pertencia à esse mundinho, mas tinham outros. Eu também já fui Heavy Metal,  só andava de preto, de coturno e ouvia Sepultura. E tinha uma banda imaginária (na verdade eu sempre quis ter uma banda, aí sonhava com ela, mas ela nunca existiu)….
Férias no Guarujá tinha que levar binóculo e paquerar os gatinhos dos prédios da frente. Todo mundo tinha binóculo. E o resto do dia, depois da praia, ou a gente andava 587 vezes, ida e volta, da Pitangueiras para a Enseada, ou ficava hooooooras sentada na Pitangueiras vendo os caras passarem. Era assim que funcionava. Ou se apaixonava por um surfistinha meia-boca parafinado. Mas só por alguns dias, também.
E nessa época eu gostava de alguns meninos, porque um só não era suficiente. Todos amores platônicos, óbvio. Porque pra que contar? Às vezes rolavam uns telefonemas anônimos, trotes…. nada de celular, o negócio era pager mesmo ou telefone fixo. Internet, o que é isso??? Eu me comunicava por cartas. E era muito bom. CD ainda não era artigo acessível e minha mãe teve que trazer um som com cd player quando foi para Cancun, porque aqui não tinha. Polegar, Dominó, New Kids… era tudo na base da fita-cassete, que se enrolasse a gente tinha um filho!!!!
E o que o “Love songs” teve a ver com isso? Tudo. A gente ouvia em grupo de meninas e cada uma tinha uma vez para a música, era uma coisa organizada. E quem tinha a vez dizia “a próxima música é o que o fulano queria dizer pra mim”… Aí a gente ficava feliz ou arrasada. E nada além acontecia. (Aaaaffff, não acredito que contei isso aqui).

Já disse uma vez aqui… “pobre menina, não tem ninguém”. Ô adolescência medíocre…. hohohohoho.

 

Lula 3.0

Alguém aí ouviu o digníssimo falar em terceiro mandato????
Eu ouvi neste minuto no Jornal da Globo. E saiu da boca do próprio.

E isso aqui foi escrito em Fevereiro, quando tudo ainda era mera especulação:

Eles não podem afirmar que a reeleição indefinida é ditadura são distintas. Existiam eleições no regime militar no Brasil. Existia oposição, inclusive. Em Cuba são realizadas eleições. Ter o Quarto Poder nas mãos é garantia de poder nos países considerados democráticos. Logo, qualquer controle da mídia é vital. Sem a mídia Berlusconni não duraria muito. Que diga a RCTV, canal de oposição a Chávez que pode sair do ar para que a revolução bolivariana prevaleça. É a força do povo desempregado para manter os camaradas nos cargos de confiança. A força do povo miserável para manter ricos que fingem ser pobres no poder. E deixem o homem descansar!Vão tentar convencê-lo que a Venezuela não é aqui. Que Lula não é Hugo Chávez e que o Nosso Guia é contra o terceiro mandato. Ok. Lula também era contra a reeleição e é o atual presidente reeleito. O segundo na “história deste país” e o primeiro presidente que precisou vencer as eleições no segundo turno para se reeleger.

Dizer que um prefeito sem projeção nacional ou senadores desconhecidos do grande público tem as mesmas chances que a estrela do PAC é subestimar a inteligência do leitor. Dizer que Lula não quer o terceiro mandato também. Um argumento fajuto e recorrente é escrever que os avisos são teorias conspiratórias. É uma forma de tirar o crédito de opiniões contrárias a voz oficial. As propagandas do governo estão por toda a parte. Em imagens e textos.

E como distinguir os jornalistas e articulistas que são apoiados pelo governo? Simples. Quem utiliza nos títulos “Fulano diz que…”, “Fulano isso”, “Fulano afirma…” está claramente apoiando ou é ligado a Fulano. Existe a possibilidade de determinado articulista querer agradar a um grupo ou a editoria. Eles se consideram articulistas “centrados”, que escrevem com a razão e suas análises não são superficiais (algumas vezes), mas são totalmente questionáveis.

A Venezuela não é aqui. Ainda.” (E eu colocaria um outro “ainda”, logo em seguida)

(escrito por Leonardo Silvino em Duplipensar)

Medo.


Osso duro de roer

Acabei de voltar do cinema, acho que sou uma das últimas brasileiras a assistir “Tropa de Elite”. Nem vou comentar muito o filme porque já virou assunto redundante de blog.
Na verdade queria firmar aqui o porque de eu ser uma das últimas brasileiras a ver o filme. Porque eu sou contra a pirataria. E pode parecer hipocrisia, mas sou mais ainda contra a pirataria nacional.
Várias vezes me ofereceram o dvd pirata do filme e eu me recuso. Esperei até conseguir ir ao cinema e pagar pelo que estou assistindo, devolver o dinheiro por uma mega produção.
Acho o fim apoiar a pirataria nacional. Não que eu faça apologia à pirataria de outros filmes, temos é que apoiar o cinema nacional para que continue com a qualidade que está, e para apoiar precisamos pagar por ele. Não somente assitir.
Tá certo. Piratas de Hollywood também são criminosos e também sustentam o crime e um sistema marginalizado. Mas, no Brasil, a cultura do cinema deveria ser estimulada, e isso não acontece quando uma entrada chega a custar R$ 22 . Acho sim é que o nosso digníssimo Sr. Ministro da Cultura deveria ter feito alguma coisa à respeito dos preços do cinema há muito tempo. É fácil querer o fim da pirataria. Difícil é fazer um casal ir ao cinema uma única vez por menos de 10% do salário mínimo.
Outro absurdo é a carteirinha de estudante. Acho o fim da picada quem não é estudante ter que bancar quem é – ou não. Sim, porque os preços subiram de um modo que a meia-entrada de hoje é a entrada inteira de antigamente, e inteira é o dobro. Como iludem a gente né! E isso para justificar a venda de meia-entrada, dizem que tem muita gente com carteirinha…
Aí entra o direito de desconto para estudante. Agora querem limitar a idade do desconto. Desculpa, mas estudante é estudante e independe da quantidade de rugas. É tanta apologia à voltar a estudar, mas se tiver mais de 30, nananinanão. Faça o favor de não se dar ao direito de ter carteirinha, estás velho demais para isso, meu amigo. Se tem mais de trinta é bom ter uma notinha de vinte na carteira… É como alguns tipos de curso. Em qualquer lugar do mundo qualquer curso “full time” (com uma determinada carga horária) dá direito à carteirinha ISIC. No Brasil não. Acho um abuso isso. Quando vim da Inglaterra com a minha carteirinha inglesa, da ISIC, igual à de todo mundo aqui, não pude pagar meia em lugar nenhum. Simplesmente porque o meu curso era de idiomas e, aqui no Brasil quem estuda idioma não é estudante, tá? É o fim.
Agora pensem bem. O Cinemark está nessa promoção de R$ 6 a inteira até amanhã. Vocês acham que eles acordaram de bom humor e resolveram bancar os direitos dos filmes? Claro que não, os seis reais pagam por isso. Agora quase 400% deste valor é simplesmente lucro. Sabem quanto um combo de pipoca pequena, refrigerante e sonho de valsa saiu hoje no Cinemark? R$ 3,50! E, mais uma vez, óbvio que eles não estão tendo prejuízo. Sabe quanto custa um saco de pipoca grande em dia normal? R$ 10. É por isso que eu vou em dias de promoção assim, e aproveito o quanto posso. Olha a margem de lucro dos caras, olha o desrespeito ao direito de Cultura.
Mas voltando ao “Tropa de Elite”, tenho algumas considerações. Não vou ficar aqui vendendo meu peixe ou não para o Capitão Nascimento. Concordo que se toda a polícia tivesse o treinamento do BOPE as coisas seriam diferentes. E concordo, acima de tudo, que pagando mal não dá pra ter honestidade em lugar nenhum do mundo.
Digo que saí do cinema com dor no peito, com vontade de chorar. Não que tudo seja uma uma verdade que ninguém conhecia, mas é diferente conversar à respeito e ver tudo exposto ali, nu e cru. É decepcionante viver num país como o nosso, é triste, é humilhante. Deve ser mais humilhante ainda querer ser policial correto num sistema completamente perdido. Tá tudo tão errado, e parece que a bola de neve só aumenta. Parece que nada melhora. Eu, pra ser bem sincera, não aguento mais noticiário. Menina presa com homens, advogado assassinado por delegado, leite do governo sendo vendido em padaria, drag-queen fazendo show em Assembléia…. Não dá mais. Não dá pra culpar só a globalização pela expansão das notícias, as notícias ruins estão aumentando sim. É fato.
As coisas realmente parecem ter fugido do controle. E, impressionante, mas a corrupção ficou banalizada, completamente banalizada desde o mensalão. Virou festa da mãe Joana e ninguém mais tá nem aí. Se alguém viu essa performance da drag de fio dental em plena Assembléia, sabe do que tô falando. E se alguém viu o próprio camarada que organizou isso dizer que vai fazer um projeto para que deputados possam entrar na Assembléia de bermuda e chinelo, sabe que a política virou palhaçada.
Tudo bem que essas coisas são assim desde 1500. Só que agora a corrupção e a falta de respeito são esculhambadas, pra quem quiser ver. E que se dane quem estiver vendo. Me desculpe Senhor “não vi nada”, mas toda essa escancaração tem uma estranha coincidência com o dia em que você virou vidraça, e não mais pedra.
Misturei um monte de assuntos mas desabafei.

Quantas crianças a gente vai ter que perder para o tráfico pra playboy enrolar baseado?

Pense, classe média, pense. Capitão Nascimento tem total razão: somos nós quem sustenta essa merda. Lembre disso quando fumar um beck ou comprar um pirata.

Pipoquinha

Atenção!!

O CINEMARK está em promoção esta semana!
Até QUINTA-FEIRA, entradas a R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia) – para qualquer filme, qualquer horário!!!

Aproveitemos!!!!