Nickita

Agora percebi que vai ser difícil falar sobre essas meninas, viu. É difícil colocar em palavras tudo o que a gente sente!!

A próxima é a Verônica. Na verdade ela tem um monte de nomes pra mim: Vê, Nicky, Nickita, Nhonca, Nhomo, Vèronique, Chucrutinha, e por aí vai…
A Vê foi mais uma das minhas amigas que apareceu do nada. Pra falar dela eu tenho que começar falando da Carol. A Carol é minha prima irmã, minha melhor amiga desde sempre, quem dividiu absolutamente a minha vida inteira, além da minha irmã. A Carol morou muito tempo fora de São Paulo, e mesmo assim a gente sempre foi muito unida.
Quando ela voltou pra São Paulo, foi morar em Alphaville. E começou a fazer cursinho pra medicina. No cursinho ela tinha um grupo de amigas: a Larissa, a Leonora, a Paula e a Verônica. Então, eu sempre soube da Verônica, via ela de vez em quando, mas a gente não era amiga.
Até o dia em que calhou de estarmos solteiras ao mesmo tempo e resolvemos marcar uma balada no jóquei. Acho que foi a primeira vez de uma longa estória de baladas. De um dia pro outro nos tornamos melhores amigas.
Se tinha uma balada em São Paulo, era eu e a Vê. Por muito tempo de solteirice a gente dividiu baladas. E acho que no fundo a gente nem queria começar a namorar pra não acabar com aquela fase maravilhosa que estávamos passando. Era a época em que qualquer amigo nosso que quisesse ir numa balada descente em São Paulo, ligava pra gente, ao invès de consultar o obaoba.com. Nós éramos o guia. E isso incluía festas de faculdade, Cheers, Klass, Manga, baladas que nem mais lembro o nome, mas muito boas.
Sempre fora do zero a zero, cada uma com um cara mais gato, várias viradas de tequilas… era assim que a noite começava. Com a tequila número 1 e muita música boa.
A gente curtiu tanto que começou a pegar a fase das baladas miadas. E mesmo assim a gente resolvia dançar pulando, que nem criança, só pra se divertir. Tinha dias que a gente só queria dançar mesmo, e passava a noite inteira dançando.
E no meio do caminho era sempre uma estória a parte. Ela me buscava com o Civic com adesivo do pica-pau, e íamos eu, ela e o Murphy pras baladas. Tudo acontecia no meio do caminho. A gente pegava trânsitos homéricos na Faria Lima até acabar a gasolina… a quantidade de vezes que o pneu furou de madrugada, eu nem sei contar! Sempre tinha uma estória. E mesmo as nossas “baladas de carro”, quando a gente não conseguia chegar nas baladas de verdade, eram memoráveis. Quantas vezes ficamos três horas no trânsito e acabamos a noite num Mc Donalds, sem entrar em boate alguma. E quantas vezes comemos batata frita com cheddar no Outback…
A Vê é minha confidente, sabe de todos os meus segredos, até aqueles que só eu sei. E isso foi resultado de muitas e muitas noites no Josè Menino, o barzinho da Vila Madalena preferido. Eram confissões regadas a chopp e pizza margherita.
A gente dividiu muita coisa, passou pelas mesmas situações por muitas vezes. E sempre solteiras. Até que surgiu o David na minha vida. E pergunta quem foi responsável por isso????? Pois é, a Verônica. Foi ela quem me encheu o saco pra instalar o icq no trabalho, foi ela quem se apaixonou virtualmente primeiro e foi ela quem me ignorou no icq e me fez procurar alguém pra treinar meu inglês. Foi ela quem assinou a minha certidão de casamento.
Eu não sei o que seria da minha vida sem a Nickita. As maiores risadas, as maiores besteiras faladas, os melhores porres e baladas. Não dá pra comparar as amigas, cada uma tem um significado diferente e especial. A Vê é daquelas que me fazem rir em qualquer momento, que me manda email num dia chato de trabalho me perguntando “se gnocci se fala nhoque, porque gnomo não se fala nhomo?”. É assim… ela tem crises, diz que não sou mais amiga dela, me faz comprar sudoku em plena Inglaterra, é o meu banco pra balada e eu sou o dela. Dinheiro nunca é problema, o que vale é a companhia. E eu não vejo a hora de voltar pro Brasil, encontrar ela no portão de casa, e virar uma tequila em qualquer balada miada, só pra fazer da balada miada uma balada inesquecível.
Eu não consigo ver alguém mais brava e hilária ao mesmo tempo. Não tem como a gente não se olhar e cair na gargalhada. Ela é uma das poucas pessoas nesse mundo que me entende sem me julgar e me conhece melhor do que ninguém.
A Vê foi o melhor presente que a Carol me deu nessa vida toda. E é a única que sabe fazer boca de pato. Amo, amo, amooooo!!!!!

Carol, Vê e eu. É sempre assim!!!

Cris

Resolvi contar um pouco sobre as minhas amigas, aquelas que estão sempre presentes há tanto, tanto tempo. Vamos começar pela Maria Cristina.

Eu entrei na faculdade em 1998, com 17 pra 18 anos. Passei o primeiro ano estudando de manhã (foi aí que conheci a Nu!), mas não era muito feliz na manhã. Não conseguia me dar muito bem com o pessoal, não curtia o ambiente, tinha aula de Educação Física e eu me sentia ainda meio que na escola. Foi aí que resolvi mudar pra turma da noite, no segundo ano. Comecei 1999 entrando na Faap às 19h. E me encontrei melhor do que nunca! Fiz amigos muito rápido, adorava o ambiente noturno, meio balada, os caras de terno (aaaah os caras de terno), as cervejadas, as escapadas para os bares. Tudo era muito diferente, o pessoal trabalhava de manhã, era mais focado.
Eu entrei no 3º semestre e tinha essa menina na minha sala, com cara de malandra, calça combat, gorro… Lembro que a Tânia, que estudava comigo de manhã, também tinha passado pra noite, então a gente ficava bastante juntas. E um dia tive que fazer um desses trabalhos em sala de aula e fui cair justo com a maloqueirinha. E me dava uma raiva dela, porque ela tinha cismado que meu nome era Paula. E mesmo depois de semanas, continuava me chamando de Paula.
Ela tinha um monte de amigos, era super despojada e comunicativa. Não sei como aconteceu, mas a Cris acabou se tornando a minha melhor amiga por muitos anos. A gente fazia tudo juntas.
Foi ela quem dividiu um “Juca” (Jogos Universitários de Comunicação e Arte) comigo e me fez ficar em alojamento. Sò ela sabe o que era dormir na sala de aula fria da escola em Avaré, em saco de dormir. Só ela lembra o que era efeito panqueca (o único modo de mudar de posição no saco de dormir era dando um “flip” tipo panqueca). Foi com ela que eu tomei meu primeiro porre de vinho Chapinha e meus primeiros porres de cerveja. Foi com ela que eu dividi os melhores momentos de cervejadas e idas ao Zé Pereira (o barzinho da Faap), nas noites de futebol, nas noites lotadas, e nas noites em que só tinha eu ela e o dono bebendo cerveja. Putz, foram tantos bons momentos.
Sabe aquela amizade meio adolescente que se prolonga? Tipo de ficar horas no telefone conversando, mesmo depois dos vinte anos???? Era assim, todas as nossas fases, as nossas idas às melhores baladas se São Paulo, as noites de axé no Calabar, absolutamente tudo tinha eu e a Cris. Eu até comprei uma calça combat!!!
Um dia, em um dos Jucas, a gente brigou feio. Acho que era em 2000. Ficamos um ano sem se falar. E estudando na mesma sala ainda. Aquilo me corroía, porque eu conhecia todas as suas “true colors” e não conseguia fingir que não me machucava o fato da gente nem se cumprimentar direito depois de tantas coisas que havíamos dividido. E tudo por causa de homem… Eu me lembro que um dia resolvi que não ia terminar a faculdade, que seria em 2001, brigada com ela. Afinal de contas, ela era a faculdade pra mim, não tem uma lembrança que eu tenha da Faap que a Cris não esteja presente. E lembro que mandei um email gigante, morrendo de medo de ser ignorada.
E no dia seguinte ela me ligou, a gente chorou, e começou a se entender de novo. E mesmo depois de formadas a gente ainda continuava juntas, comendo pipoca e assistindo aos jogos do São Paulo, indo aos Gueri-Gueris, viajando pra Floripa, pra Bahia, as noites de Tipuana, sempre em “single adventures”. As duas juntas eram um terror para os homens ao redor!!
E quase dez anos se passaram e ontem recebi um email dela brigando comigo porque tô me matando de trabalhar atrás de uma recepção de hotel enquanto eu deveria estar com o meu marido. E é assim que a nossa amizade é, cheia de broncas, de incentivos, de conversas, brigas, diversão, risadas, choros. Como as melhores amizades adolescentes. Pra mim a Cris é uma “late- teen-friend”. Algo que eu precisava há muito tempo e que sempre me traz de volta pra minha adolescência e a minha personalidade real.
Hoje em dia, quando começo a rever as nossas fotos, vejo aquelas duas meninas, sempre grudadas, com umas caras de crianças ainda!!! Sempe juntas, sempre rindo… having the best time of our lives!
O que seria de mim sem a Crizolina???? Criiiiiiis!!! Eu sempre dou graças a Deus por ter te mandado aquele email perdido e por ter recuperado a sua amizade! Não tem como ouvir “That´s the way it is” e não lembrar da gente cantando alto na Faap!!! (Ou dançando “Raimunda” na frente do Marco hahaha)
Minha amiga moleca, a mais criançona, a que tem o amor mais genuíno!!!!! Te amo demais!!!!!!

 

Cris e eu num dia de caretas, no extinto “Tipuana”