Verão aqui é assim: pseudo, semi, quase lá. Esse fim de semana, por exemplo, foi verão. E eu digo foi não pra ter licença poética, mas porque teoricamente é primavera, mas se faz um único dia de 30 graus e céu azul como hoje, é verão. É assim que funciona.
Quando faz dia assim deste lado do mundo é um fuzuê de dar inveja ao Brasil. Ou não, já que todo mundo empresta o nosso jeitinho e sai por aí vestido de verde e amarelo, camisa canarinho, estampas de ordem e progresso e havaianas. As janelas abertas, o barulho na rua, gente rindo, brincando, conversando, cheiro de churrasco em tudo quanto é esquina. E você abre a tua janela e jura que nunca viu tanto bicho junto que não fosse no zoológico: duzentos e vinte e cinco esquilos, ouriços, um trilhão de insetos (sendo que metade se subdivide em abelhas e joaninhas). Além disso você ouve infinitos pássaros que nunca ouviu na vida, vê patos voando (não há nada mais impagável que isso). É tudo e todos querendo aproveitar ao máximo, torcer o verão pra extrair toda a vitamina D em um dia só.
Não é a toa que você sai num dia assim e vê um milhão de camarõezinhos, gringos vermelhos pra tudo quanto é lado.
E eu, que não sou besta nem nada, faço a mesma coisa. Junto minha canga, meu Ipod, meu livro do Caio Fernando (é, isso nunca vai passar), meu protetor solar e lá vou eu, fazer como todos os camarõezinhos: tomar sol de shorts na grama.
E olha, vou te contar uma coisa: a gente agradece no final do dia e passa a semana inteira relembrando ele, porque aqui, meu amigo, dia de sol é artigo de luxo. Tem que chupar até ouvir o chiado do canudinho dizendo que acabou.
Eh… e pena que o sol ja foi embora! Snif, snif…
bjs