O trem

“Malas, hotéis. E os amigos, cadê? Você foi lindo comigo. E distante. Me deu apoio, não o ombro. Queria tanto ter chorado a dor enorme de POA e a velhice de meus pais no Menino Deus no ombro de um amigo. Não temos tempo: somos maduros. Onde será que isso começa?” (Caio Fernando)

Onde será que isso começa? Provavelmente no mesmo ponto onde deixamos parte de nós mesmos. Possivelmente na mesma estação onde esquecemos a mala com partes da nossa essência. Crescer endurece. Amarga, escurece, desbota um pouco as cores…. ou simplesmente não temos mais tempo para prestar atenção nelas.
A verdade é que eu troquei de  trem em alguma parte do percurso, e este tirou muito de mim. Tirou a casa dos meus avós, a pintangueira do jardim, o almoço de domingo. Tirou as cores dos meus lápis, a minha fé em algo que vem e traz, sem esperar nada em troca, algum pedido meu. Em algum lugar tudo isso ficou. Numa maleta velha, esquecida na estação.
E a dor é que dificilmente irei encontrá-la de novo. E mesmo que eu volte ao guichê de achados e perdidos, já se passou muito tempo. Talvez eu abra a maleta. Talvez não. E se abrir, muito daquilo não me dirá mais nada. A mágica se perdeu. As cores se apagaram, seu lugar é passado.
Da maleta sobraram apenas lembranças. Saudades de um pedaço de mim que anda esquecido em algum lugar. Tantos amigos, meu Deus, tantos amigos passaram por estes trens. Em forma de cartas, telefonemas eternos, em forma de bolo de laranja à tarde e viagens para o litoral. Todos eles passaram, cada qual deixou uma marca, um pedaço de si.
“Não temos tempo: somos maduros”. Este novo trem me trouxe algo de muito importante: discernimento. Me trouxe um bocado de melhores amigos em quem posso contar de olhos fechados. São três. Sei que há mais e que – por amadurecimento – não têm tempo de regar o jardim, o colocaram numa bolha de vidro para que preserve-se sozinho… e torcem muito por isso! Dão apoio.
Mas são três os que estão ao lado, os que dão o ombro. São três que não medem esforços para se fazerem presentes, para diminuir a distância. São três para quem eu posso simplesmente ligar às quatro da manhã e dizer, olha, não estou bem. Que me mandam emails me dando bronca ou recados de saudades constantes, como nudges de que existem. Que dizem “queria tanto que você estivesse aqui” em qualquer dia, em qualquer hora. Ou que lêem algum desses meus desabafos e me ligam logo em seguida só para me lembrarem de que estão aqui. Sempre. No trem, comigo.

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Amo vocês, Ligia, Verônica e Cris.

Será preciso ficar só? Só pra se viver…

Este fim de tarde foi perfeito. Perfeito em toda o cinza, solidão, o frio, a luz fraca do abajur.
Aquela carinha de domingo, de não fazer nada demais. O marido saiu e eu tive um encontro comigo mesma, como há tempos não tinha. Em todas as confusões que andam nas minhas emoções e na minha mente.
Kid Abelha e Cazuza me levaram para a Milena de 18 anos que pegava a Bandeirantes para Águas de Lindóia nos feriados. Com uma única certeza, um amorzinho bobo que não voltava pra São Paulo e não voltava para o hotel antes das 5 da manhã. Era hora de namorar, mas só por um pouquinho, então que fosse intenso. Até me deu saudades do Jonas hoje… saudadinha besta, saudades de paixão de menina, de pernas tremendo de adolescente. Saudades de cantar Paula Toller no karaokê do bar e beber batida de vinho. Saudades de cantar “Fazer amor de madrugada, em cima da cama, debaixo da escada… amor com jeito de virada, primeiro a patroa, depois a empregada*“…Tanta coisa boa que já passou.
Às vezes sinto um vazio imenso dentro de mim, como se em algum ponto eu tenha me perdido de mim mesma. Como se em algum lugar no meio do caminho eu tenha esquecido uma parte da minha essência. Um buraco longo e profundo. E “escutando baladas bregas” eu me vi de novo como uma menina que tinha tantos sonhos, tanta perspectiva.
Uma taça de chardonnay pra um, por favor. Um bom livro, um filminho delicioso como “A máquina” e um coração leve. Tranquilo não, mas leve. Pelo menos até amanhã….

Não é drama. Também não há nada de errado.
“Tenho dias lindos, mesmo quietinhos” (Caio Fernando Abreu)

* Há versões com “em cima da pia” e “em cima da mesa” também.

A melhor frase do fim de semana

“Se 2014 é Copa e 2016 é Olímpiada, 2015 devia emendar feriado”


via @marcinhotv

Já que vai ser, que venha com tudo!!

Porque o mundo não pode acabar em 2012!! Agora, não!!!

Ai, que arrepio!!!! Até caiu uma lagriminha vendo esse vídeo… #megasaudades do Rio e do Brasil…
Vivi, aumenta sua casa, amiga! Faz um puxadinho!!!!

Proibição de anúncios de bebidas alcoólicas – Vale a pena?

por milena castino

Mais uma vez um assunto ganha a atenção da mídia no Reino Unido: a polêmica tentativa de proibição de anúncios de bebidas alcoólicas. Este mês surgiu um apelo por parte dos médicos do NHS, sistema nacional de saúde, demandando a completa proibição da propaganda e patrocínios de eventos musicais e esportivos. E este assunto não é de hoje.

A indústria de bebidas alcoólicas movimenta £800 milhões por ano no país  e os adolescentes Britânicos são os maiores consumidores da Europa. Aqui só se vende bebida alcoólica para maiores de 21 anos e é proibido o consumo na rua. Mas só na teoria, porque na prática nem sempre é assim. A cena mais comum é ver um monte de adolescentes bêbados brigando na porta das baladas e dezenas de latas no chão na manhã de domingo. (… continue lendo na Casa do galo)

casadogalo

Internet

Então que ontem eu dei uma entrevista para uma revista Brasileira. Ainda não vou contar qual, quando sair eu conto (tão, tão legal!). Foi sobre internet, conectividade e o impacto da dita cuja em nossas vidinhas. Nada de muito elaborado, muito menos acadêmico, mesmo porque tô longe de entender sobre tecnologia.
A entrevista foi bem bacana. Demorou, mas também, foi via messenger, né! A foto eu que tive que tirar e, cara, que canseira que me deu… Tirei umas novecentas mil, só não chegou a um milhão porque a minha maldita querida câmera resolveu quebrar pra sempre no meio do caminho. Raivinha no coração.
Hoje passei o dia na função…. Mas queria falar de outra coisa, do impacto da internet na nossa vida. Alguém já pensou nisso? Alguém já tentou imaginar o mundo sem internet, hoje?
A internet teve impacto fundamental na minha vida. Foi por causa dela que vim parar aqui: deste lado do mundo, e aqui no blog também. Sem ela minha vida teria sido completamente diferente.
Uma pergunta muito simples que a jornalista me fez: você acha que aproveita ou perde tempo com a internet? Pra mim foi a pergunta mais complexa de todas. Não sei. Eu não posso dizer que perdi tempo na internet porque eu ganhei um marido. Mas que às vezes dá vontade de jogar água no computador pra ver se o vício pára, dá. O que vocês acham?
Essa é uma das novecentas fotinhos…

camera 014a

Spirit of the heart

Acorda, povo! Acorda bem, acorda feliz! É sexta-feira (odiava quando falavam isso pra mim e eu tinha que trabalhar no fim de semana…), mas é sexta-feira!!
Primeiro aperta o play:

Agora levanta, toma aquele café com gosto. Se olhe no espelho e veja a pessoa mais linda do mundo e um mundo mais lindo lá fora! Oportunidades! Sucesso! Felicidade! Tá tudo dentro da gente… o sol nasce pra todos e tudo isso nada mais é do que uma oportunidade de testarmos todas as sensações físicas e mentais! O eterno é etéreo! Não tem limite… voa, flutua. É física quântica. É tudo o que você não vê. Pensa na quantidade de energia e eletricidade no espaço vazio do teu lado… Tem muita coisa acontecendo nestes planos para os nossos problemas serem tão grandes. “Nada é permanente (…), nem mesmo nossos problemas”. Chaplin.

Vai, levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima! Olhe pro céu, sinta a energia da luz solar, sinta o sol nascendo, o poder da chuva! Aumente o som! Vá ser feliz!

Someday
The spirit of the heart
To find, to feel the coming of age

And someday
The miracle will mend
And hold the light that needs the color to fade

And someday
The spirit of the heart
To find, to feel the coming of age

Não, ainda não tomei minha dose diária de chá de cogumelos. Mas às vezes eu vivo de flashback…

Ó que bonitinho!!

Estava lendo um artigo online pra escrever um outro e dei de cara com um escrito por Maria João Espadinha. Cara, achei tão fofo! Se fosse amiga minha eu só ia chamar de Maria João Espadinha. Inteirinho assim.