Sentidos

Porque essa música é muito foda….


Não quero seu sorriso
Quero sua boca
No meu rosto
Sorrindo pra mim
Não quero seus olhares
Quero seus cílios
Nos meus olhos
Piscando pra mim
Transfere pro meu corpo
Seus sentidos
Pra eu sentir
A sua dor, os seus gemidos
E entender porque
Quero você
Não quero seu suor
Quero seus poros
Na minha pele
Explodindo de calor.

Puramente hormonais

Achei esse texto que escrevi em Maio de 2004, em algum dos extintos blogs. Como postei no adormecido Fotolog, com uma foto muito doida minha e da Cris, resolvi postar hoje em homenagem à TPM dela.

TPM

Hoje acordei assim, de tpm,
de diz que diz, de não me toques
Hoje quis chorar pendurada na varanda,
Andar na corda bamba, em cima da avenida
Porque ele não ligou, não escutou
Sumiu sem rastro, sem consideração
Não me quis, faltou tesão,
nem me olhou
Mas mandou um buquê de rosas dizendo que vai se atrasar
Porcaria de rosas, as rosas não falam, as rosas apenas exalam
um perfume que não é o seu, mas que deveria estar aqui
Será que você não percebe
Que é hora de dar o fora, de pular do barco, que agora é a hora?
Ontem ele disse que me amava, com versos de Neruda e Drummond
Hoje me deixou sozinha, uma taça de vinho, prato congelado e edredom
Quero gritar na janela, descobrir quem é ela que tira seus sonos
que foto anda na sua carteira, que diabos ela faz na cama
Não, não me diz que leva outra para tua cama,
Escuto tudo, mas tua cama ainda é minha
Não me diz que não adiantou borrifar meu perfume no teu travesseiro
Porque outros agora se misturam ao meu cheiro
Só me pega nos teus braços daqui a pouco,
Me liga, me chama, me diz que me ama, é tão fácil
Eu acredito, eu me entrego, desato os laços
Me entrego, te venero, te conto meus segredos,
Divido meu vinho, o prato congelado, meu brinquedo
Só vem, fica só um pouquinho
E me deixa chorar baixinho, escutando sua respiração
Sentindo o calor da sua mão
subindo pela minha perna
Ainda bem que você não lê meus pensamentos
Meus devaneios, minha paranóia
Se não ia adorar essas outras que eu invento, essas fantasias,
Essas mulheres que são um tormento
Ia roubar meus pensamentos pra tua cama, pra te saciar
Pra te alimentar, pra te fazer feliz demais
Mas a tua cama é só minha, de mais ninguém
e meus devaneios são puramente hormonais
Completamente normais…

O quartinho

Ultimamente eu ando apaixonada por qualquer entrelinha que me faça flutuar sobre o desconhecido, acordar de um medo, acreditar que o ser humano tem muito mais na parte de dentro. Como me fazia sentir Fernando Pessoa quando eu era criança.
Pessoa nasceu em mim por volta dos meus onze anos quando achei  páginas soltas e amareladas no quartinho de guardar tralhas da vovó. Lembro também das páginas comidas por traças de Olavo Bilac e Oscar Wilde, mas não havia nada que me prendesse mais como Pessoa. Não sei de quem eram os livros, aquele quartinho guardava memórias de sete vidas e outras que eu não havia nem ao menos conhecido. Guardava memórias da minha infância mais perdida, um arranjo de bolo dentro do armário devorado por cupins. Misturava caixas de livros empoeirados, quadros pintados pela minha mãe, a máquina de costura que não funcionava mais e meus brinquedos, minha bicicleta. Era como um baú de tesouros, o quartinho.
Foi lá que descobri pedaços da vida do meu pai, os livros da São Francisco, alguns poemas perdidos. Era de lá que vinham os sonhos da vovó de me fazer advogada, como ele. Mas por mais que os livros me prendessem, vó, minha mente tem asas demais para advogar. Prefiro flutuar. Não se prende quem tem asas.
O quartinho era de tamanho razoável. Tinha paredes que pediam por tinta nova e um cheiro de mofo que me lembro até hoje. Vovô sempre tentou acabar com o  mofo, mas ele teimava em permanecer lá, como se quisesse dar a alguém uma lembrança olfativa – aquela que dura para sempre. Havia um armário de madeira maciça escuro e robusto, devia ser da década de 30. Eu sempre achei aquele armário lindo, mas morria de medo dele e do mofo escondido na parede de trás. Quase nunca abria suas portas, a não ser que alguém estivesse junto.
Em outra parede ficava outro armário de madeira mais clara, com traços dos anos 50. Este não escondia o mofo então quase sempre eu remexia o que suas gavetas e prateleiras escondiam.
Pelo chão haviam caixas de papelão. Daquelas que quando se abrem exalam uma nuvem de pó como mecanismo de defesa. Ou como lembrança de criança, que é sempre mais dramática. Lembro também da máquina de costura, era uma caixa enorme de madeira, uma obra da engenharia na minha concepção. Parecia uma caixa, mas a tampa rodava de cima pra baixo e então ela surgia do nada! Havia uma portinha na frente que, quando aberta, revelava um mundo de pedais. Para mim, ela fazia o mesmo barulho que deveria fazer a máquina que furou o dedo da Bela Adormecida.
Mas antes que eu me perca em mim, eram as caixas que me interessavam. E foi Pessoa o único resquício daquele quartinho que ficou comigo. O poema era Mar Português, de onde saiu uma das frases mais famosas do escritor. Porém não foi ela que me chamou a atenção, felizmente eu ainda não tinha maus hábitos. Lembro- me de pegar as folhas soltas e sentar-me embaixo da pitangueira do quintal. Meus olhos degustavam palavra por palavra. Minha alma deglutia pela primeira vez na vida as palavras de um adulto. “Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu”. E talvez eu tenha entendido toda uma vida naquele momento. Que nem sempre o que se vê é a realidade. Tudo tem dualidade. Tudo depende de um ponto de vista, seja você adulto ou criança. O lado da moeda, abismo ou céu, é só uma questão de estado de espírito.

Natal solidário

Outubro tá na portinha e já é hora de pensar em… Natal! Não no Natal de televisão, nos presentes pros amigos, na árvore, nos enfeites. Mas sim no Natal no sentido mais puro, o da solidariedade.
Já é hora de ir se preparando! O que você faz no Natal?
No Brasil eu fazia de trabalho voluntário pintando rostinhos de crianças doentes no Emílio Ribas a arrecadação de  presentes para mandar pra Fortaleza. Eu acho que tudo começa com boa vontade. (Pra saber mais sobre o que fiz, entre neste post aqui – inclusive indicação de Ongs).
A atitude mais fácil é o projeto “Adote uma Carta” dos Correios. Sério, gente, ano passado teve criança pedindo toalha numa das cartinhas que a gente pegou. É tudo tão simples. Cesta básica, bola, não espere receber uma cartinha pedindo um XBox. Eu acho esse projeto lindo e este ano vou pedir pra minha irmã pegar mais cartinhas pra mim.
Além disso, minha querida amiga Dany organiza um trabalho lindo no Natal, para crianças carentes no Ceará. Quem quiser ajudá-la, é só entrar no blog e se comunicar com ela.

E você, o que vai fazer neste Natal? Comece a se preparar, a se organizar financeiramente. Faça o bem sem olhar a quem.

Na vida, a gente passa por 3 fases.
A primeira, quando acreditamos no Papai Noel.
A segunda, quando deixamos de acreditar.
E a terceira, quando nos tornamos Papai Noel.

CartaPapaiNoel_AnaBeatriz

Sobre casamento, amor e paixão

Eu já aviso que é só um ponto de vista – antes que venham as pedras.

Ultimamente tenho escutado muito a palavra “monogamia” no meu círculo de amigas casadas. Não sei se anda rolando uma energia diferente nesse mundo, um turbilhão de feromônios revoltados ou simplesmente um ponto de vista. Acredito muito na última opção, mesmo porque nem sempre o que se acredita é o que se faz.
Há um determinado momento na vida em que escolhemos alguém para seguir a jornada ao nosso lado. E é óbvio que esperamos que esta pessoa esteja conosco de mãos dadas até ficarmos velhinhos, ninguém se casa pensando diferente. Mas a verdade é que tudo isso não passa de uma escolha, um risco, uma decisão. E nem sempre é a decisão mais precisa.
O certo é que há muitas coisas que definem a pessoa que escolhemos. Nada é baseado só em amor, só em sexo, só em situação financeira, só em afinidades. Mesmo porque se fosse baseado em uma única coisa não daria certo. Já dizia minha avó, brilhantemente, “ninguém vive de amor e de cabana”.
A paixão quando vem é sempre avassaladora. Te estremece as pernas, tira teu sono, tua fome, faz teu coração bater de um jeito completamente inesperado. Você pára de respirar e continua vivendo. Ela vicia tanto quanto cocaína e heroína, pois descarrega exatamente a mesma substância no cérebro: a dopamina. E a dopamina causa dependência física.
Também dizem que existe um “prazo de validade” para a paixão: 3 anos. A dopamina então é substituída por ocitonina, um hormônio liberado durante o orgasmo (para os homens essa substância é a vasopresina). Eles transformam o turbilhão do êxtase do começo num mar calmo de satisfação. É a ocitocina quem muda uma paixão para o amor.
Talvez seja por isso que muita gente não consiga manter um relacionamento por muito tempo. Existem seres humanos viciados em dopamina. Mas também há gente viciada em ocitocina, o que explica como alguns casais podem ficar juntos por tanto tempo.
O começo de um relacionamento é sempre perfeito. Isso acontece por causa da intoxicação por substâncias químicas de prazer, envolvendo até endorfina e stamina. Essa reação química não dura para sempre e é quase impossível mantê-la com o mesmo parceiro. Talvez seja esta a razão da monogamia ser algo tão repensado depois de muito tempo com alguém.
Talvez o teu coração não bata mais do mesmo jeito com aquela pessoa que você ama, talvez não exista mais aquela magia, aquele encantamento. Mas casamento não é feito de paixão, lembra? Não é possível reproduzir as reações químicas do começo, mas é possível reinventá-las. Conversar sobre o relacionamento como uma terceira pessoa, além de vocês dois, ajuda. Fazer coisas juntos como exercícios físicos ou atividades alegres, liberam endorfina em vocês dois. Aprender a flertar de novo com o teu parceiro pode fazer milagres… uma simples encarada dentro de uma loja, um beijo mais quente num bar. Ficar um tempinho sem se ver, um fim de semana, uma noite fora com as amigas. Tudo isso ajuda e muito.

Recebi este texto de um amigo:

(…) casamento tem muito pouco a ver com paixão arrebatadora e sexo alucinante. Casamento tem a ver com parceria, amizade, companheirismo, e não com experiências de êxtase. Casamento tem a ver com um lugar para voltar ao final do dia, uma mesa posta para a comunhão, um ombro na tribulação, uma força no dia da adversidade, um encorajamento no caminho das dificuldades, um colo para descansar, um alguém com celebrar a vida, a alegria e as vitórias do dia-a-dia. Casamento tem a ver com a certeza da presença no dia do fracasso e a mão estendida na noite de fraqueza e necessidade. Casamento tem a ver com ânimo, esperança, estímulo, valorização, dedicação desinteressada, solidariedade, soma de forças para construir um futuro satisfatório. Casamento tem a ver com a certeza de que existe alguém com quem podemos contar apesar de tudo e todos. A certeza de que, na pior das hipóteses e quaisquer que sejam as peças que a vida possa nos pregar, sempre teremos alguém ao lado. (Ed René Kivitz)

Não espere um casamento com paixão eterna. Não espere que as tuas pernas estremeçam depois de dez anos de casados. Epere o amor, que é tão diferente da paixão.
Achei essa citação numa revista, e é tão fofa:

“O fato é que está cheio de garotas insanamente maravilhosas por aí. Mas elas não viram nossas cuecas secando no varal, não cuidam de nós quando estamos doentes e não estão em casa te esperando com um abraço depois de um dia ruim. E porque você faz tudo isso, bem, isso te deixa a pessoa mais bonita no mundo”. (Dan Lloyd, para Glamour)

É verdade que um dia até possa aparecer alguém no meio do caminho que te traga toda a dopamina de volta. Alguém que, de repente, até tenha muito mais afinidade com você do que teu parceiro. Que te confunda, te faça repensar o teu relacionamento. Mas caberá a você julgar o quanto vale a pena trocar a ocitocina por dopamina. Um dia tudo também mudará com esse outro alguém, ele também te verá de lingerie que não combina, também acordará do teu lado no teu bad hair day e também descobrirá que você precisa enfiar a calça do pijama dentro da meia porque morre de frio. E será que ele vai ser tão paciente com as tuas crises de TPM, tuas briguinhas bobas, será que ele vai te lembrar que você não bebeu água suficiente?

Não estou dizendo para optar por um ou outro. Conheço mulheres que optaram pela dopamina e conheço as que optaram pela ocitocina. E, aparentemente, nenhuma delas está arrependida.
Muito mais do que controle, a gente precisa é se conhecer e repensar o que quer pra si mesmo.
Como eu disse, desde o começo é tudo uma questão de escolha. Vale a pena trocar o certo pelo incerto? Só você pode responder. Cabe a você escolher o que te faz feliz, fazer o que tiver vontade e arcar com as consequências…. só não vale culpar a química! 😉

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P.S.: Depois eu dou minha opinião como  mulher casada!
P.S.2: A Thata resumiu este texto todo com uma única frase, eu não tive como não publicar aqui: “Todos nós queremos amor, mas a paixão nos atrai e muito…”

Alguém pára a Inglaterra que eu PRECISO descer!

Nem que seja só até o Inverno chegar!

Socoooooorroooooooooo!!!!!!

ragni

Pra quem tá em Londres!!!

Galerinha, pra quem não sabe, nesta Quarta-Feira foi inaugurada uma versão pop-up do Central Perk, em Londres! Tudo isso pra comemorar os quinze anos de Friends. Na quarta teve festinha e o Gunther tava lá!!!!!!
Eu tô aqui me corroendo por dentro porque queria muito, muito uma passagenzinha de trem pra dar um pulo. Friends maniac!!! Quem estiver por aí e gostar da idéia, dê uma passada! Dá pra imprimir um voucher online também e ganhar um cafézinho na faixa!

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Mas tem que correr, porque o Central Perk só vai ficar por duas semaninhas!!!

Onde? Broadwick Street, Soho. Vai, vai, vai!!!

Check list

Dilema: resolvido.
Crises existenciais: resolvido.
Emprego: em vias de.