Primeira aula

A primeira aula geralmente é assim, você chega sozinho, acuado e se pergunta mil vezes que diabos está fazendo naquele lugar, naquela hora. Eu digo “geralmente” porque vira e mexe aparece um desses que nasceram pra ser bispo de igreja ou comentarista de futebol: falam pelos cotovelos e não dão a mínima pro ditado “a primeira impressão é a que fica”. E toda primeira aula tem um desses.
Há quem sempre ache a primeira aula estranha, como eu. Sempre desconfortável, mas com um gostinho de quero mais. Afinal, ninguém aqui é mais criança pra ir à aula que não goste. E o melhor (ou pior) de tudo: você sempre volta pra casa com algum resquício.
Na faculdade já te tacam um trote e você volta com menos cabelo. Na aula de inglês, um livro pra ler logo de cara. Aula de piano e todas aquelas notas que você nunca viu na vida.
Minhas primeiras aulas sempre foram assim. Na minha primeira aula de armênio colocaram um livro na minha frente com uns desenhinhos que juraram ser o alfabeto. No vôlei me fizeram correr vinte minutos sem parar e nem era hora do recreio. A aula de capoeira me deu ânsia de vômito e me fez andar que nem pato por quatro dias.
Hoje foi mais uma delas. Aula de pole dance. Tipo Alzira, manja? Imagina eu e todos os meus quilinhos rodando no pole. Eu disse pro marido que ia aprender pole dancing e mais uns extras, vocês precisavam ver a cara dele de choque.
A professora era uma mulher-macho de moicano, micro shorts, pernas roxas e a virilha peluda. Eu entrei na sala e tinham quatro poles. Foram entrando umas menininhas-celebridades, cada uma mais magra-alta-loira que a outra. E eu lá, me perguntando onde amarrei meu burro.
Disse pra professora que nunca tinha feito isso na vida, que era menina de família e tal. Ela disse pra eu não me preocupar e perguntou se eu ficava roxa fácil. Por um segundo achei que tinha errado de aula e tinha entrado na de boxe… ficar roxa, minha filha? Não fico assim tão fácil, não, mas por que a pergunta?
Alonga daqui, alonga de lá, vira ombrinho pra um lado, pro outro e junte a aluna nova à professora de shortinho. Ok, primeiro passo: pare do lado do pole e solte seu peso pra um lado. Ok, feito. Agora anda daqui, anda de lá, levanta o pézinho esquerdo, joga a perna direita, senta no ar, vira, põe a mão esquerda embaixo da direita e mantém a postura. Ok, feito. Agora faz tudo isso e joga um joelho no pole, o outro, cruza e pula. Como é que é? Ela fazia as coisas e meu cérebro não absorvia, era muita informação.
Depois de alguns minutos treinando, e eu já mais tonta que barata com Detefon, consegui pegar o esquema. Brilliant, disse ela. Foi uma longa hora assim. Enquanto as menininhas já se penduravam de cabeça pra baixo eu mal conseguia levantar meu joelho e sustentar meu peso com as duas mãos na vertical, quem dirá ainda dar uma de “sexy”. Fazer carão com a mão ardendo não dava. Quem disse que a mão roda? Roda nada. Ela fica lá lutando contra a fricção e torcendo pra você ser a mulher-borracha. Dói que só. Fora que você segura o pole com a mão direita, por exemplo, na hora de pular tem que por a esquerda embaixo… e minhas unhas esquerdas picotavam meu braço direito. Tô toda arranhada.
Depois de cinco minutos de aula entendi o por quê dos roxos. Minhas mãos ardiam, meus braços e ombros queimavam e a gente dá joelhada no mastro. As menininhas são todas roxas, todo mundo vermelho na perna e no braço por causa do atrito.
Enfim, a tortura durou 1 hora. Foi divertido, mas nem tanto. Quem pensa que Alzira era leve como pluma está muito enganado. Deve ter sofrido pra aprender isso, é muito puxado.
Agora pense, eu cheguei em casa toda-gata: arranhada, com a perna roxa, os braços e mãos ardendo (querendo fazer calo) e os músculos tão doloridos que mal consigo levantar um copo. Qual a graça de se enfiar numa aula teoricamente sexy (mas que ninguém vê), e depois sair na rua e mostrar apenas os hematomas e calos pra galera? Vá pelo menos ganhar dinheiro com isso, amiga, porque dói pra cacete.
Se eu tivesse uns 10 quilos a menos, talvez fosse mais fácil. É bacana, mas acho que essa vai ser uma das que não passam da primeira aula. Já disse pro marido, esquece o pole dancing e a gente fica só com os extras. Hahaha.

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Dica sobre nude lips

Complementando o post “10 coisas que toda mulher descolada tem que ter“.
Depois do comentário da Vivi percebi que deve ser difícil achar batons em tons bege no Brasil. Além disso, o batom nude tem que ser muito bom pra não ficar com cara de massa corrida e deixar as ruguinhas dos lábios mega visíveis.
Então tem um truque não-tem-cão-caça-com-gato: base. A mesma base que você passa no rosto. A dica é hidrate muito bem os lábios antes de passar a base. Vale até passar o hidratante do rosto pra tirar aquele visual boca-seca. Depois espalhe a base no rosto e puxe para os lábios, sem espastá-los.
O truque pra não te deixar com cara de quem mergulhou num balde de corretivo é usar um desses gloss com pigmento logo em seguida, ou o batom mais clarinho que você encontrar. Pode ser puxado para um rosa ou pêssego.
A Contém 1g tem o Nude Cremoso (1) e a Natura tem o Doce de Leite (2). Se puder desembolsar um MAC, vá de honeylove.

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Outra coisa. Lábios nude são bonitos quando o olho é bem marcado e tem que ter blush! Vá de rosa queimado ou sunkissed, ou rosa claro se você for muito branca (mas nada de exagero!!). O look totalmente pelado da segunda foto é muito arriscado, pode te deixar com cara de doente. Eu amo o último!

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Mesmo quem tem a pela mais morena pode usar e abusar desse tipo de look. Vide diva-Beyoncé, linda como sempre! Se os batons ficarem muito claros na sua boca, vá com o truque da base e o gloss por cima!

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E sempre, sempre, sempre pele perfeita hein! FLAWLESS! Se não estraga o look.

Dia de homenzinho

Domingo foi assim. Fui para a academia, fiquei lá 2 horas. Voltei, fiz almoço e me sentei no sofá com o marido para assistir Fórmula 1 inteirinha e babar na pista de Sevilla.
Depois da vitória do Rubinho fomos consertar as bicicletas. O negócio é o seguinte, eu tinha uma bike novinha, linda, suspensão dupla, 18 marchas, vermelhinha. Apesar de ser um pouco maior que eu (porque a anta aqui tava de salto quando foi comprar), dava pra andar numa boa e parar na pontinha dos dedos (hahaha). Um dia resolvi trancar a amada no jardim, ao invés de deixá-la quietinha no hall do flat.
Alguns dias depois fui visitá-la e descobri só a carcaça. Tentaram roubá-la e quebraram o cadeado, ninguém entrava ou saía dele. Como não conseguiram tirar a bonita toda de lá, levaram a roda de trás com pneu e tudo. Deixaram ela lá, a Deus dará. Ainda roubaram a lanterna, a buzina e o banco de gel (que com certeza teria que ser cortado, porque eu dei nó de dar inveja a marinheiro). A do David já tinham roubado inteira antes da minha.
Fiquei tão triste. Afinal, o nosso carrinho velho tá sempre dando problema e eu não me importo de pedalar. Sou feliz pedalando, pedalo sorrindo (menos na subida).
Então descobri essas bikes por 10 libras cada uma, na internet.  Compramos essas duas que estavam um bagaço, um lixo. Os freios não funcionavam e quando virei a minha de ponta-cabeça, a ferrugem tava comendo tudo por baixo da tinta. Resolvemos experimentar a carcaça da minha com a roda da outra, que era do meu tamanho (a bike é pra criança de 14 anos! hahaha). E além disso aproveitamos partes da minha ferro-velho pra bike do marido.
Nessa de desmontar e reconstruir, estou com todo o meu tamanho aqui sentada no chão, de perna aberta, com pilhas de chaves de fenda, alicates, parafusos, porcas e muita – mas muita graxa nas mãos. De dar muito orgulho ao vovô, afinal, neta de Seu Pinno não tem medo de graxa!
Foram 2 horas e meia de estica e puxa, de arranca daqui, arranca de lá, solta o cabo, tira o freio. E eu toda empolgada querendo tirar tudo que era parte do lugar. A portuguesa vizinha veio até me elogiar (agradeci coçando o saco hahaha)!
Pior era falar pro David “babe, give me the… the… the… alicate!”; “whaaat?”, “babe, chave de fenda”…  Eu vou lá saber o nome dessas coisas em inglês! “Babe, do you want me to save this porca?” Essa ele virou e disse “Yeah save me yourself, porquinha!!” Hahahaha. Enfim, depois de duas horas e meia os transplantes tinham sido concluídos. Minha bike vermelhinha havia ressuscitado. Como estava lá no relento há muito tempo, o pneu estava murcho. Fomos até o posto encher. E eu com um tiquinho de dúvida de que estava furado, mas tava tão feliz de ter minha bike de volta que nem queria pensar. E óbvio que estava, não encheu nada. Eu fiquei arrasada.
Pra completar o dia de homenzinho, compramos Brahma (salve Ambev!!) e voltamos pra casa. Quando me dei conta estava no sofá de novo, à noite, bebendo cerveja da garrafa e assistindo a “Police Patrol”, um programa de polícia-pega-ladrão. Fui direto pro banheiro passar um rímel! Hahaha!

 

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10 coisas que toda mulher descolada tem que ter

1 – Eyeliner preto, versátil e PO-DE-RO-SO!
Para passar no olho tem que ser de boa marca. Se não couber no bolso, procure um hipoalergênico e oftalmologicamente testado, pra não terminar o dia com os olhos vermelhos e lacrimejando. Eu sou super a favor de um KOHL, porque dá pra usar toda hora. Dá pra fazer um traço delineado bem fininho pro trabalho e abusar do efeito à noite. É ótimo como lápis de olho, delineador, sombra e fica show esfumaçado!
Eye Kohl foto: MAC

mac-eye-care-1-45g-0-05oz-eye-kohl-blooz-women2 – Um sapato “statement” e confortável!
Um sapato statement seria aquele que sozinho já mandaria no seu look todo. Aquele que dá toda a personalidade e fala que você não é uma mulher comum, é uma mulher ousada, descolada, bacana, in.
Não precisa ser nenhum Christian Louboutin (a não ser que seu bolso concorde, claaaaro… aí, se joga amiga), mas tem que falar alto. Dá pra dar uma boa garimpada e achar coisas bacanas e acessíveis. Só cuidado pra não comprar um estilo drag queen e usá-lo no jantar de família na casa da sua avó!
Dicas: procure sempre essa plataforminha embaixo da planta do pé, como o da foto. Dá alguns centímetros a mais e menos dor! E se for gastar muita grana, compre um que não será sazonal, um pouco mais discreto. Mas aproveite a moda, que vem toda colorida nos pézinhos!
Sapato foto: Christian Louboutin.

christian-louboutin-shoe-eugenie-satin-pumps3 – Maquiagem perfeita e invisível.
Aposte na pele. Não há nada pior do que olhos e boca maquiados e a pele a desejar. Invista numa boa base e um bom corretivo! E abuse das opções minerais que cobrem tudo sem tirar o glow. Duas dicas ótimas e acessíveis:

Corretivo L´Oreal Infalible e base Pure Liquid Mineral Foundation. Fazem o serviço direitinho!

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4 – Uma bolsa ou carteira de mão (clutch) decentes!
Tudo bem que você não precisa gastar seu aluguel numa Balenciaga, mas invista numa peça de boa qualidade e que vá durar uns bons anos sem sair de moda. No Brasil eu fico com a Iódice, na Inglaterra eu vou de Next, Topshop, Miss Selfridges ou até mesmo H&M, se o bolso apertar. Mas garimpe, não vá comprar uma com cara de plástico de tão falso que é o couro! Outra dica, se quiser uma de designer mais em conta opte pelas segundas marcas (Miu Miu ao invés de Prada, Marc by Marc ao invés de Marc Jacobs…), ou aposte no Ebay! Tem um monte! Eu AMO essa da Iódice, da coleção nova! E essa clutch, da Chanel, é puro fetiche…
Bolsa foto: Iódice
Carteira foto: Chanel

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5 – Um perfume inesquecível
Nada de guardar aquele perfume que a sua tia trouxe de Miami há treze anos. Perfume estraga e fica com um cheiro de velhinha com Alzheimer! Pra não ficar com ar de quem parou no tempo, aposte nas fragrâncias mais recentes. Eu AMO o Chance (e sua nova versão Chance Eau Fraiche) e o Mademoiselle da Channel. Tente optar por uma fragrância que não seja usada por todo mundo no seu ambiente social, pra marcar mesmo. E nada de parfum de dia. Vá de eau de toilette. Se for inevitável usar o parfum de dia, é literalmente um sopro no ar e se joga embaixo! Tem gente que é alérgica a perfume e, convenhamos, não há nada mais deselegante do que empestiar o ambiente!

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6 – Lingerie combinando!
É amiga, só Deus sabe o que pode acontecer… e ninguém quer sair por aí dando uma de Bridget Jones, né! Então, dê área naquele sutiã velhinho  “nunca-fui-branco”, que chega a estar cinza de tão usado. Fica com aquela cara de encardido e não há Vanish que resolva! Se gostar de um modelo específico, compre em cores neutras. E compre calcinhas que combinem com os detalhes… Porque nem sempre dá pra comprar conjuntinho, e muito menos usá-los combinando todo santo dia. E que atire a primeira pedra quem usa o sutiã um dia só e põe pra lavar! Por exemplo, eu tenho esse sutiã ma-ra-vi-lho-so da Intimissimi… Ao invés de comprar só a calcinha que combina, eu comprei um monte de outras em tons que estão no sutiã… roxo, verde, nude, etc. Desse jeito eu posso usar o sutiã umas três vezes e ainda estar combinandinho!!
Lingerie foto: Intimissimi

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7 – Um batom cor de boca, um escuro e um gloss!
Nada mais elegante do que uma pele perfeita, um olho marcado e uma boca nude. E nada mais chique e ousado do que pele perfeita, rímel, delineador e batom vermelho. Sou fã dos batons bege da MAC. Se você não gostar de um vermelho intenso, opte por um framboesa, geralmente cai melhor em todo mundo do que um vermelhão. E gloss, tente aqueles com um leve pigmento e fuja dos totalmente transparentes. São um pouco vulgar e parece que passaram verniz na sua boca! Eu adoro o Marshmallow, Juicy Tubes, da Lancôme, aí embaixo – não sai da bolsa!
Batons foto: MAC
Gloss foto: Juicy Tubes, Lancôme

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8 – Um salva-madeixas!
Invista em um ressuscitador de look. Aquele que dá pra deixar na bolsa e não há “bad hair day” que resista. Eu mega recomendo o Secret Agent, da Frizz Ease, da John Frieda. O bom dele é que é para passar no cabelo seco, naquele momento de desespero mesmo quando não há mais o que fazer! Ele camufla imperfeições instantaneamente: diminui o frizz e deixa o cabelo macio, brilhante e impecável, com a cara mais saudável do mundo! Se quiser uma arma secreta, aposte nele.

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9 – Óculos de sol oversized
Para dar aquele glamour tem que ser grande. Nada exagerado como Nicole Ritchie ou Lady Gaga, algo que se adeque ao seu rosto e esconda as olheiras, a cara de noite mal dormida, os olhos vermelhos, o zero de maquiagem. Se puder gastar invista em uma marca boa, fashion, que seja um statement por si só. Eu tenho um Cavalli oversized que eu amo de paixão! De qualquer forma tá cheio de óculos bacana e com bom preço. Tente a Chilli Beans ou lojinhas de acessórios. Eu comprei um uma vez numa loja dessas que todo mundo comentava, branco por dentro, preto por fora, divino! E custou só R$ 40! Não se esqueça de conferir se tem proteção ultravioleta e de quanto é: quanto maior o grau de proteção, mais adequado para um bom dia de sol!
Óculos de sol foto: Burberry

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10 – Uma jaqueta “biker” de couro
E de couro mesmo, tá! Se tem uma peça nessa lista que você já deveria ter comprado é esta. A jaqueta de couro no estilo “biker” nunca sai de moda. Ela tá aí desde que seu pai andava de lambretta! E vai ficar pra sempre! Nada de ficar trocando de jaqueta, comprando outra a cada estação… ache uma modelo biker mesmo, garupa de Harley Davidson, com bom caimento e corte. Couro 100%. Quando os anos passarem e ela for ficando mais usadinha, melhor ainda! Pode ser preta, bege, marrom ou colorida. Um jeans bem cortado, uma camiseta e uma jaqueta de couro com todos os outros acessórios nesta lista e você tá feita, amiga! Let it shine! Olha a da Kate Moss, que perfeita!

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Well done!

Ele sempre colocava culpa nos carros… e não é que ele tinha razão???

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Valeu Rubinho!!! Foi demais!

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Domingão, nove e meia da manhã e eu já tô acordada há 1 hora. Time for working out, baby! O dia aqui tá tão lindo e eu ainda não decidi se vou na academia antes porque tenho MUUUUITO o que pedalar hoje. Aliás, compramos umas bikes usadas (roubaram as nossas novinhas, lindas, do jardim). A gente pagou 20 libras as duas, então dá pra entender que elas não estão lá no melhor estado! O marido ficou de ajustar os freios e ver se a carcaça da minha que sobrou no jardim serve pra essa nova. E eu tô MUITO FELIZ de poder pedalar de novo, eu adoro – minhas coxas e bunda também adoram, as celulites detestam e eu adoro mais ainda! E aqui, com o carro na oficina, a gente acaba andando muito a pé ou de bike mesmo.
Ontem fomos fazer compras de mercado no centro da cidade e há semanas que temos andado todo o caminho de ida e volta, carregados de sacolas nos ombros (de pano, hein, galera!! REUTILIZE). E ontem, amarrá-las à bike foi divino (apesar de eu ter perdido o equilíbrio por causa do peso vááááárias vezes). Mas pedalei feliz, sentindo meu carbon footprint (que já não é muito) reduzidérrimo.

Tem algumas coisas me revoltando essa semana:
1 – Não ter ido (de novo) ao V-Festival (tava louca pra ir, teve Fatboy Slim, Paolo Nutini e mais um monte de gente bacana).
2 – A “compassionate leave” escocesa pelo cara que explodiu o avião da Pan Am nos anos 80.
3 – O fogo descontrolado na Grécia.

Bom, número 1 nem precisa de muita explicação, então vamos ao número 2. Essa semana tá o maior bafafá aqui porque a Escócia decidiu soltar o prisioneiro terrorista que explodiu um avião da Pan Am (na própria Escócia), na década de 80, matando 270 pessoas. Na verdade o cara tá com câncer terminal. Até aí tudo bem, eu fui super a favor da “compassionate leave” do Ronald Biggs, que estava morrendo num hospital-prisão. Agora ele está em casa, com a família… Mas Biggs só roubou um trem! Esse terrorista não teve compaixão com a vida e as famílias de 270 pessoas, acho o FIM DA PICADA ter compaixão com um cara desses. A Escócia inteira está revoltada, a Inglaterra, os Estados Unidos… menos o governo escocês, que diz que compassionate leave faz parte do sistema penal. Peralá, né, camarada! Tem que ter critério!!!
Número 3. Não me conformo com arsenistas (nem sei se essa palavra existe em português, sorry!). São  os caras que colocam fogo deliberadamente em mata seca. Pra mim isso é o esgoto da raça humana. Gente completamente sem instrução, educação, alma e qualquer bondade. Qual é a graça de destruir dezenas e dezenas de hectares de ECOSSISTEMA? O que leva uma criatura a colocar cidades inteiras em risco, obrigar pessoas a deixarem suas próprias casas à mercê do fogo, matar fauna e flora? Meu Deus, isso me revolta tanto!! O fogo encanta? Vai fazer uma fogueirinha, estrupício, queima tuas roupas!! Ai que ódio, que ardam todos no mármore do inferno!

Uf, uf, uf. Vou fazer uma prática de Ashtanga e curtir o dia de sol porque aqui é assim. Faz sol, pára tudoooo! É só 1 dia! Só Deus sabe quando ele volta! Bora produzir vitamina D??
Fica aqui o convite e a motivação pra quem acordar cedo neste domingo!!! Vá caminhar no parque, curtir uma aula de spinning, andar de bicicleta, dar uma volta com o cachorro no quarteirão!! I see you baby, shaking that ass!!!!

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Bom e barato

Outra super dica para o corpo é o Body Tonic, da Garnier. Não tenho certeza se existe no Brasil, aqui é baratinho, custa menos de £6.
Ele tem cafeína e promete hidratar e firmar a pele em 7 dias, e funciona de verdade! Além disso, a textura é tipo gel creme, bem levinha, e o cheiro é DI-VI-NO! Uma mistura de limão, grapefruit e kiwi, energia pura – ótimo para o verão! Vale a pena: 2 em 1 e baratinho!

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A crise dos 29

É impressionante o quanto a vida de uma menina muda quando ela chega perto dos 30 anos. Eu ainda acho que as mulheres entram mais em crise quando completam 29 anos do que 30. Porque é aí que começa toda a preparação, o pânico, o medo e a ficha que cai dos longos – e nem por isso tão bem vividos – 30 anos.
Quando eu fiz 29, em Maio deste ano, foi um choque. Eu juro que me olhei no espelho e vi meu corpo diferente, umas marquinhas de expressão que não existiam no dia anterior, um peitinho mais murcho e um único fantasma: o pé nos 30.
Minha mãe sempre dizia que a gente completava os anos, então, quando se faz 15 na verdade completou-se 15 anos e já se entrou na casa dos 16. E é aí que mora o perigo dos 29. O pézinho lá na “mulher de 30 anos” de Balzac.
A maioria das meninas (ou mulheres?) que eu conheço têm a mesma idade que eu: 29. Então vejo tudo mudando pra todo mundo. É um tal de fazer listas, planos, “coisas que não quero quando chegar aos 30”, “a pessoa que não quero mais ser”, “30 coisas pra fazer antes dos 30”. Uma infinidade de planos e projetos. É como se alguém apertasse o botão de emergência da vida, parasse o trem, colocasse um espelho na tua frente e dissesse “e agora, colega, como é que vai ser daqui pra frente?”
Eu tenho um milhão de planos para serem concluídos antes de Maio do ano que vem, e do jeito que está, não sei não se vão ser tão bem sucedidos. Afinal, o tempo corre como a água da torneira. E desde meus 19 parece que alguém abriu a torneira por demais!
Outro dia saí pra andar no parque com minha amiga de 19 anos. E me vi dando instruções sobre a vida, aquela ladainha que a gente escutava quando não tinha maturidade suficiente pra absorver. Aproveita muito essa fase, essa é a melhor fase da sua vida, você vai pra Universidade, será inesquecível, larga o namorado, é melhor solteira… tudo o que eu escutava daquele bando de gente “velha” que achava que a vida era melhor aos 19. Realmente, eu não tenho o que falar dos meus 19, 20, 21, 22, 23, 24…, foram literalmente os melhores anos da minha vida! Mas a minha vida não parou ali! Aqueles não foram solitariamente os melhores anos da minha vida! Olha pra gente agora! Tanta coisa aconteceu desde os vinte e poucos, tanta maturidade, tanta disposição pra vida! E eu digo a mim mesma, aproveita essa fase, amiga. Porque essa também pode ser a melhor da sua vida.
Hoje eu tenho 29. Me formei em Publicidade e Propaganda, trabalhei de graça em agência, caí no mundo da moda, virei coordenadora de Marketing de Moda, Assessoria de Imprensa, Coordenadora de Projetos, trabalhei em Paris, casei há dois anos com um gringo, arrumei uma trouxinha e me mudei pro outro lado do mundo. Acho que até fiz bastante coisa pra ter quase 30, mas nunca parecem suficientes. Já mergulhei, já pulei de skycoaster, já experimentei um monte de coisa, já beijei um monte de bocas, já aprendi milhares de diferentes tópicos, já construi, destrui e reconstrui amizades,  já amei sem ser correspondida, já conheci gente imprescindível, já passei carnaval em Salvador, já estive em muitos lugares, já encontrei o amor da minha vida. E ainda falta um monte de coisa. Falta correr uma maratona, voar de balão, meditar na Tailândia, emagrecer, morar na praia, fazer um filho. E aposto que você também já fez muita coisa e ainda tem um monte esperando num pedaço de papel guardado numa gaveta qualquer.
Mas pra que colocar planos tão importantes em uma lista com dia e hora pra acabar? Eu acho que é super saudável planejar e tentar alcançar os nossos sonhos, a tão varrida liberdade, o amor pra toda vida. Mas acho que sonhos são artigos de uma vida toda. Não quero realizar tudo aos 30. Quero guardar um pouco para os 40, os 50, os 80. Quero fazer a Route 66 numa Harley Davidson quando tiver 79 anos.
Nunca me esqueço de uma amiga muito querida que venceu um câncer linfático aos 28 anos. Eu tinha cerca de 21 quando a conheci e ela tinha acabado de ganhar a batalha. Ainda ostentava o cabelo curto com muito orgulho e ainda é, hoje, uma das pessoas mais alegres que conheci na minha vida. E um dia ela me disse algo que nunca mais deixou de martelar minha cabeça “Eu não faço mais planos para nada… eu tinha tantos planos… e de uma hora para outra eles  viraram fumaça, pois havia apenas 50% de chance de eu ter um amanhã”. Ela tinha entendido o essencial da vida de uma forma muito dura. Viver o presente, o hoje, o agora. Planejar sim, mas depender a sua vida do planejamento, não. Há de existir sempre um plano B, uma alternativa, uma saída. Pra tudo nessa vida.
Por isso, amigas quase Balzaquianas, experimentemos viver os 29 como apenas 29. Façam planos, listas, mas não se esqueçam de viver os 29. Os 39, os 49. Esqueçamos os 30 e as dezenas inteiras por um tempo. Os 29 são agora, faça o que quiser fazer hoje porque o amanhã simplesmente não existe, é tudo um recomeço. Mas a torneirinha continua jorrando….

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“Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça…”
Mário Quintana