São quase onze da manhã. O sol tá escondido como se ainda fosse sete horas. Mesmo que não houvesse nenhuma nuvem no céu, o brilho dele seria fraco, como um fim de mundo.
A grama no jardim ainda está congelada, branca de geada, resultado dos três graus negativos da noite passada.
Nas árvores, poucas folhas resistem agarrando-se aos galhos como se não admitissem o fatídico destino.
Os pássaros estão calados, os esquilos eu não vejo há semanas. O sol, o sol está querendo hibernar.
Se você não entende o que eu estou tentando dizer, imagine um dia de chuva no Brasil. Um pedacinho de sol atrás das nuvens cinzentas, esse é o máximo de brilho do sol de hoje.
Um quase escuro para uma manhã, dá pra jurar que tem alguma coisa errada. É, ele chegou.
No inverno daqui o sol nunca chega a pico. Ele caminha numa linha horizontal, na posição onde no Brasil estaria às cinco da tarde. O sol está sempre do lado, fraco, cansado.