Era no escuro da noite que o pensamento evaporava. Sua tragédia dormia sobre um travesseiro de espuma fria.
De que adiantava lutar o dia inteiro se a noite lhe atormentava? Talvez por hábito, insistência ou magia, as lembranças lhe socavam o topo do estômago debaixo do edredom. Cada soco, um frame de memória. Um slide de retroprojetor. Cada frame, um vazio no peito.O que sentia não era saudade do que havia passado, era saudade do que poderia ter sido. Talvez, quem sabe, se tivesse existido coragem, se tivesse existido vontade. Se tivesse existido amor.
Mas ainda que remoesse a vida dentro das pálpebras, nunca entenderia. Porque não há o que ser entendido. Há a vida, menina, que é feita de idas e vindas, de amores e desamores. Há a vida, que nada mais é que o encontro do desencontro. É preciso uma porção desses frames de retroprojetor pra contar
uma história. E se você puder chegar lá no fim com uma coleção de slides de sorrisos, tudo fará sentido. Guarde os coloridos, apenas. Os cinzentos não mais farão sentido.
ADOREI, SOU SUA FÃ MILENA CASTINO!!!
Obrigada, Ruth 🙂