Quietude

Bem ali na curva do teu ombro é onde mora minha quietude. É na sua escápula que deito todos os meus silêncios.
Pois quando fecho os olhos, te encaixa os lábios na minha testa, rodeia meu mundo com teu braço comprido e aconchega minha perna entre as tuas coxas.
E permanecemos assim em silêncio, com qualquer coisa na televisão, não sei bem ao certo; estou morando em minha quietude.
A curva do teu ombro é o silêncio oco dentro da água.
É útero sagrado, é paz, é mágica.
Fecha minhas pálpebras com teus lábios de enseada e adormeço em sua imensidão.

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