Difícil é aprisionar o intenso. O intenso se machuca livre ou preso. Ele é feito de expectativa, fantasia e ilusão, e só por isso dói. A intensidade é incompreendida, porque ameaça a fortaleza alheia, porque dá trabalho, porque vira responsabilidade. Sejamos todos menos intensos. Sejamos todos easy going, corações livres, quase superfície. E que exista felicidade nisso.
Vamos jogar nossos corações por cima do muro, façamos a revolução inversa, aquela de aprender a amar menos. Joga teu coração pra cima do muro e deixa boiar nesse vazio. Deixa ficar na superfície. A superfície não dói e a intensidade do amor um dia passa. Agora corre, foge, pois o coração intenso é daqueles que tentam voltar. Corre e não olha pra trás, deixa que se acostume nesse oco, nesse plano onde não pode se enraizar.
E quem sabe, acostumados, ainda seremos os mesmos. Quem sabe na superfície não sejamos menos.