Sabe aquele poema que te dei junto com a caixa de bombons de amaretto? Coma. Sim, coma como o fez com os chocolates. A música que toquei pra você, esqueça a letra, deteste a melodia. Rasgue todas as fotos com cuidado para separar-me do teu ombro, arranque-me do teu ombro. Quebre os discos que tocavam enquanto a tua mão escorria pelas minhas coxas, confunda o meu sabor amargo, ardido.
Isso, me arranque assim, como quem tira uma farpa do dedo mindinho. Com dor e destreza.
Chore-me lágrimas vazias, soluce todo este passado rouco dentro do peito. Grite, diga que me odeia, que não quer me ver nunca mais.
Delete meus emails, minhas mensagens, apague a memória do teu computador. Aquela foto nossa, naquela noite bêbada, queime. Queime todo esse calor que ardia inútil. Queima. Talvez seja mais fácil pra nós dois se deixarmos apenas o ódio até nos encontrarmos de novo. E quando eu te encontrar de novo me odeie ainda mais, tanto que te perturbe e te tire o sono, tanto que tenha apenas uma vontade: de me odiar de perto.
Quando e que voce vai colocar tudo isso num livro? 🙂
Mi,
Um natal maravilhoso p vcs ai em Reading.
bjsss