Vou contar uma estórinha pra vocês.
O primeiro carro que eu dirigi na vida foi o Monza velho do vovô. Era um banheirão desses meio prata, lá de mil novecentos e bolinha. Não tinha grana pra comprar meu primeiro carro, vovô já não usava mais e me emprestava pra testar baliza. A única vantagem do Monza era o rádio (toca-fitas), mas era rádio. Pense que isso foi lá em 1998.
O segundo carro que eu dirigi foi o meu besourinho. Um Corsinha preto que só tinha motor e mais nada. O mais básico dos básicos, nem tapetinho veio. E, ai, eu amava meu Corsinha. Dirigia bem pra caramba, nunca deu problema. Mas tinha uma desvantagem: não tinha rádio (nem toca-fitas).
Eu dirigia pra lá e pra cá no silêncio mortal do trânsito paulista que irritava minha mente hiperativa. Não dava. Então foi aí que inventei uma solução: cantar!! Bem alto, com o vidro fechado, quem é que ia saber que eu não tinha rádio no carro, né??
E foi assim por meses. Eu cantando, me fazendo da louca e me matando de rir de mim mesma… (Eu sou meio Lila, do “Antes só do que mal casado”… quando eu tô num carro… rola até baleiês!)
Aí imagine que um dia eu cantava muito, mas muito alto – e de olhinhos fechados – “Emoções” do Robertão. “Quando eu estou aquiiii eu vivo este momento lindoooo tchururururururu olhando pra você e as mesmas emoções sentiiiiiindoooo!!”
Nessa altura eu estava parada na esquina da Av. Faria Lima com a Rebouças. Notei alguns olhares estranhos, mas continuei a mil “Detalhes de uma vida, estórias que eu contei aquiiiii tu-tu-tu-tu-tu-tuuuuuuu”. De repente a mulher do meu lado fechou o vidro. O povo que passava na rua olhava. Passou um senhorzinho perto e gritou “Se chorei ou se sorriiii o importante é que emoçõõõõões eu viviiiiiii”. Sim, queridos, foi aí que me dei conta que o vidro do meu carro estava escancarado e eu realmente fazia “a doida” em plena Rebouças com Faria Lima.
Mas, como pouca estória é bobagem, eis que veio um mendigo muito louco na minha direção, parou na frente do meu carro e começou:
– Sua vaaaaaaaaaaaaacaaaaa!!! Cala a bocaaaa, malditaaaaaa! Vô te matáááá, vô te matáááááá, sua vacaaaaaaa!
Eu gelei, né. Fiquei com medo de fechar o vidro, porque também não ia adiantar muito já que eu estava parada no meio de um monte de carro. O sinal abriu e eu me mandei. Voltei pra casa gelada, morrendo de rir, e nunca mais cantei sem rádio com o vidro aberto.

Hahahahahahahahahahahhahahahahahahhahahahahahahaha
Eu não sei o que é mais engraçado: o mendigo louco ou o fato de eu conseguir me visualizar perfeitamente na mesma situação!!
so essa blogueira doida pra passar por isso mesmo! kkkk
respondi la no twitter, mas repito aqui q passei e passo por isso direto. Uma vez tava cantando, como se nao houvesse amanha, “It’s raining man, alleluhia!…”, dai qdo olho, ta o povo do onibus parado ao meu lado, MORRENDO DE RIR! kkkk
eu comecei a rir tb e dei ate tchauzinho! huahauhaua
enfim, quer saber? nem ligo.. canto mesmo! amarradona!
Guria tu quaze me mata de tanto rir com esta sua histórinha. Chorei de rir! dava tudo para ver a cena…..kkkkk
Beijos
Que legal q a risada hoje chegou mais cedo! Eu canto bem alto no carro quando estou sozinha, mas nao sou corajosa como vc, para mim tem que ter radio, CD me acompanhando e, de preferencia, fazendo mai barulho q eu… Bom fds para vc. Aproveite o frio q esta por ai enquanto nos sufocamos com este calor infernal daqui. Desfrute do aconchego e da cumplicidade que dias mais curtos e escuros propiciam, enquanto nos somos ofuscados, cegados por esta luminosidade excessiva e agressiva da estacao.
E eu ligava o celular na rádio qdo meu carro não tinha rádio, mas sempre dou uma de louca e canto feito louca hahahaha