Papai Noel dos Correios

Gente, para ajudar quem quer participar, aqui vai um link do projeto dos Correios. Nesta página tem um outro link com telefones de contato no Brasil inteiro para saberem onde retirar as cartinhas!!!!

 Clique aqui e seja o Papai Noel de uma criança!!!

Lembrem-se:

Na vida a gente passa por três fases. A primeira quando acreditamos em Papai Noel. A segunda quando deixamos de acreditar. E a terceira, quando nos tornamos Papai Noel.

Papai Noel por um dia

Estas são as cartinhas que pegamos nos Correios:

“Meu amigo do coração Papai Noel. Eu me chamo Lourivaldo e gostaria de ganhar neste Natal uma bola. Obrigado e beijos.”

“Querido Papai Noel, meu nome é Ana Giulia Cecotte Alves e tenho 10 anos. Gostaria de ganhar neste Natal uma casa da Polly completa, pois aqui em casa o orçamento está difícil. Se para você também está, tudo bem, pode ser uma Polly simples. Papai Noel todos dizem que você não existe, mas gosto tanto de você e acredito que você é um velhinho muito fofo que distribui presentes. Um grande beijo.”


“Papai Noel, meu nome é Alan Aparecido Lopes Nomeriano dos Santos. Por favor, me dá uma bola de presente.”


“Querido Papai Noel, eu queria este ano ganhar uma Barbie festa ou bailarina. Eu mereço o que pedi porque tirei notas boas, sou elogiada pelas professoras, sou esforçada e gosto das tias da escola. Eu também gostaria que você (Papai Noel) me ajudasse a mudar o mundo preservando a natureza e todas as coisas boas que temos. Ass: Milena Maximo Rocha”.


“Querido Papai Noel, eu me chamo Henrique e tenho 4 anos. Gostaria muito de ganhar uma boneco do homem-aranha. Não se esqueça de mim Papai Noel, por favor. Um beijo grande.” (carta escrita pelo pai do Henrique)

Pedidos devidamente atendidos, crianças. Polly e amiga Pocket Cavalo com 24 peças , Barbie Bailarina, Homem-Aranha articulado, kit de bolas de couro com bombinha, caneleira e luvas de goleiro. Em breve vocês receberão seus presentes embrulhados em casa, com uma cartinha linda…. do Papai Noel aqui.

PS: Uma das dentistas que trabalha com a minha prima pegou uma cartinha coincidentemente maravilhosa. Um menino de doze anos pediu ao Papai Noel um dentista, diz que nunca foi à nenhum e sente muita dor de dente. Minha prima e a menina estão escrevendo uma cartinha do Papai Noel com o cartão delas dizendo que eles já conversaram entre si e o Papai Noel deu um tratamento odontológico para ele de Natal. Lindo, né! Vai gente!! Ainda dá tempo!!! Pegue a sua cartinha na agência!

Domingo

Post mega longo. Só pra quem tem paciência.

Domingo é dia de ficar com a família, isso sempre foi. Não é só tradição brasileira, mas principalmente tradição da minha casa. Só que parece que há alguns anos todas as tradições perderam o sentido.
Desde que me lembro por menina, almoçava aos domingos com os meus avós. Eles moravam em um sobrado de dois quartos em Pinheiros, a mesma casa por mais de cinquenta anos. E aquela casa tinha um cheiro de infância que arde o nariz.
As minhas memórias são de almoços compridos, destes com a família toda reunida. Avós, filhos, netos, três gerações ao redor da mesa farta, todo mundo falando ao mesmo tempo. Meu avô começava sempre com o aperitivo, disso não posso esquecer. Por volta das onze, enquanto eu e as outras crianças estávamos assistindo à televisão, ele se levantava e dizia estupefado “agora é hora do meu aperitivozinho”. E então preparava caipirinha de cachaça e mandioca frita. Quase sempre foi igual, e mesmo quando eu já não me amontoava mais na frente da televisão com a minha irmã e meus primos.
Vovô tinha uma criança por dentro que era completamente visível aos olhos. Aos oitenta e pouco, era com ele que assistìamos ao “Pica-pau” comendo amendoins e balas. O pote de amendoins ficava ao lado da televisão, às vezes com outro pote de bolacha champagne, para acompanhar os desenhos. E vovô rolava de rir com o pica-pau.
Eu sempre tive mais carinho por ele, não sei bem se foi isso. Acho que era mesmo afinidade, e todo mundo sabe que ele sentia o mesmo por mim. Éramos como avô e neta perfeitos. O meu único problema com a minha avó era que eu não concordava com a rígida educação grega que ela teve e queria me transmitir. Eu a amava profundamente, mas nossos conceitos eram diferentes, e como ela mesma dizia, eu sempre fui muito bocuda, levantava pelos meus direitos. E isso causava alguns atritos, o que me fez achar que ela não gostava de mim até uma idade quase adolescente. Pura ilusão minha. Vovó era a pessoa mais amável do mundo, do jeito que ela tinha aprendido.
Vovô me ensinava sobre a vida. Eu chegava na casa dele e ele corria a me chamar no jardim. Passava longos minutos me mostrando as novas rosas que abriam, a hortelã que tinha plantado, o manjericão que crescia e atraía vespas, o limoeiro lotado, o pé de acerola vermelhinho. Ele amava as plantas e dividia a vida delas com a gente, os netos.
Lembro que o vizinho tinha uma pitangueira e um pessegueiro. E se a gente pendurasse no beiral do terraço de cima, conseguia alcançá-la. Quantas tardes eu passei com o meu avô, debruçada na mureta comendo pitangas vermelhinhas e cuspindo seus caroços. E quando ficávamos extasiados e abarrotados de pitanga, colhíamos as maduras e levávamos para a cozinha, onde minha avó inventaria um desfecho: geléia ou suco.
Meu avô era daqueles que vivem sorrindo. Quando menina eu cantava para ele a música do Balão Mágico “o meu avô é doce como caramelo, o meu avô é fofo como algodão, o meu avô tem muitas coisas e um castelo, de mentirinha mas é um bruta castelão”. Ele era assim, sonhava um mundo e deixava a gente sonhar nele também.
Ele consertava geladeiras. Já tinha sido frentista e barbeiro, até hoje guardo sua foto envelhicida no preto e branco, na barbearia. E no fundo da casa ele tinha montado uma oficina, era assim que ele a chamava. Na verdade era um quartinho cheio de ferramentas, com uma bancada de ferro que parecia até medieval e a coisa que mais me inspirava e amedrontava: o amassador de dedos. Na vida real aquilo era uma ferramenta que até hoje não sei o nome. Ficava presa na bancada e girava uma manivela para fechar duas partes, provavelmente para segurar alguma coisa. Mas no mundo do vovô aquilo era o amassador de dedos, então ele será sempre isso para mim e eu nem preciso saber o nome de verdade.
Eu precisaria de muitas linhas para contar do meu avô e, na verdade, quero falar sobre domingos. Os longos domingos com eles. Todos os almoços de domingo tinham que ter massa, como uma boa casa italiana. E o que variava era o tipo da massa, fusilli, nhoque, penne, raviolli. Sempre ao sugo, com molho de tomates frescos e muito manjericão, feito em casa. E para acompanhar, sempre frango assado. E na minha memória de menina, o refrigerante – porque era só lá, e só aos domingos que podíamos tomar refrigerante.
Quantas vezes vovó fez nhoque de batatas em casa e nós, pequeninos, passávamos correndo pela mesa da cozinha e roubávamos as bolinhas cruas. Elas eram tão boas de se comer! E tinha também os antepastos, a cebolinha curtida no vinagre que meu avô fazia, a pimenta verde, a sardella e alichella. E não podia faltar em nenhum domingo os filões de pão italiano, receita exclusiva da antiga padaria Pinheirense, até onde meu avô caminhava só para comprar os melhores de São Paulo, como ele dizia. Ninguém fazia pão italiano como a Pinheirense!
O tempo passou e muita coisa mudou, as crianças foram crescendo, os filhos tiveram muitas responsabilidades, alguns casaram, descasaram, mudaram-se para outras cidades, viraram grandes empresários. Mas eu, minha mãe e minha irmã nunca saímos de lá. Morávamos a um quarteirão e não conseguíamos deixar de passar um dia na casa deles.
Vovô e vovó foram ficando velhinhos.Vovó não enxergava tão bem e já não cozinhava, nem copiava receitas da televisão. Vovô estava quase cego de um olho e não fazia mais seus passeios matinais para visitar seus amigos da vizinhança. E a sensação de abandono era um sentimento que não queríamos em nossos corações.
Vovô tinha uma alegria na vida: receber a gente e o meu cachorro em casa. Nada o deixava mais feliz. Vovó já tinha tido três esquemias e ficava mais quietinha do que falante. Ainda era lúcida, mas já se dizia “cansada da vida”. Nós três e meu cachorro continuávamos a tradição do almoço de domingo. Agora quem cozinhava era a Graça, a empregada.
Eu ainda tive o privilégio de trabalhar por anos na minha rua, e almoçava com eles quase todos os dias. Era o momento esperado. Vovô ia á feira e comprava manga para a sobremesa, porque sabia que eu gostava. Vovó pedia para a Graça fazer couve-flor gratinado por minha causa.
Os domingos foram ficando com cara de lembrança, sabe. Chegou o tempo em que tudo o que eu fazia com os meus avós eu pensava, meu Deus um dia sentirei tanta falta disso. Da minha avó comendo melancia de sobremesa todo santo dia, do meu avô bebendo vinho tinto com massa e pão italiano, do barulho da casa, do radinho de pilha, do cheiro de infância.
O primeiro dia chegou e foi o pior dia da minha vida. Foi quando, ainda em estado de choque, eu quase desmaiei ao ver o nome do meu avô na placa do velório. Como doeu, meu Deus, como dói até hoje até mesmo falar sobre isso…
Vovó não aguentou de solidão, coitadinha. Sessenta anos de casamento não poderiam terminar assim para ela. Ela se entregou à uma cama e esperou vovô vir chamá-la, como no meu sonho. Minha avó morreu dois anos depois dele, em 2005. Justamente o ano em que eu estava morando na Inglaterra. Engraçado porque do mesmo jeito que no Natal de 2002 meu avô me disse que seria seu último, no de 2004 eu senti como se estivesse vendo minha avó pela última vez.
E eu me lembro bem desse dia. Eu tinha sonhado que meu avô dirigia seu velho monza, encostava o carro perto de mim dizia “vim buscar a vovó pra pescar”. Ele adorava pescar. E então os dois entravam no carro e iam pescar no morro do Maluf, no Guarujá. Lembro da vovó feliz, das varas no porta-malas, do pote de minhocas. Achei o sonho bonito, mas não me preocupei com ele.
Neste dia, cinco dias depois dela ter completado 90 anos, eu passei o dia todo cozinhando para um jantar de aniversário de uma amiga minha. Voltei pra casa, me arrumei, saí com o David de carro, pegamos outro casal de amigos no caminho e fomos ao jantar. Eu estava feliz, estava na Inglaterra com meu amor, com meus amigos, num dia de festa. E meu celular tocou três vezes, com a minha irmã meio que não dizendo nada. Até a hora que eu achei estranho ela ligar para o outro lado do mundo e não dizer nada. E foi no elevador, no andar do apartamento da minha amiga, que ela me deu a notícia pelo telefone. Minha avó havia falecido, dormindo, e longe de mim. E eu chorei tanto por estar longe, chorei por ter falado com ela no seu aniversário e ela ter juntado tanta força pra dizer que me amava, chorei por ter tido certeza de que aquela realmente tinha sido a última vez que eu a tinha visto. Mas chorei mais por não estar perto. E foi muito difícil me manter normal naquele jantar.
Hoje eu sei que os dois estão juntos, pescando ou sentadinhos um ao lado do outro, mas sempre de mãos dadas. Sei que a lembrança que eu tenho nunca vai morrer, assim como a dor que tenho no coração. A saudade o tempo ainda não curou porque não enxuga minhas lágrimas em nenhum momento que me lembro dos dois.
Hoje a casa está vazia, à venda, e o cheiro de infância parece que foi embora com os meus avôs. Tanta vida tinha naquele lugar e hoje não passa de um conjunto de paredes. A roseira foi a única que resistiu no jardim. E desabrocha rosas, de vez em quando, que deixariam meu avô apaixonado.
O que ficou comigo foi a memória. De tempos felizes que não voltam, de pessoas que não voltam, nem que eu faça força. Nem que eu brigue com Deus. E a parte triste dessa memória é que parece que muito mais coisa se foi com eles. Os domingos não têm mais tanto sentido. Às vezes eu me perco neles, cozinhando meu próprio molho de tomates, tentando manter a tradição pelo menos entre minha mãe, minha irmã e eu. E nem o Natal, que antes era tão lindo e vermelho para mim, é tão especial assim. Parece automático, uma reunião como outra qualquer. E a família… a família perdeu o alicerce. Faz de tudo para se manter em pé, mas balança com qualquer onda. Anda à deriva, levando a vida como está. Sem âncora para dar a sensação de chão.

Modernidade

Acho que tenho que comprar um caderno. Teclas me emburrecem.

Conversa

Post longo. 

Oi Deus… será que posso te chamar assim? Já não sou mais menina pra dizer “Papai do céu”… Se bem que aos teus olhos talvez sejamos sempre meninos. Mas vou te chamar de Deus, simplesmente, nada de Senhor ou qualquer outra coisa. E nada de vós porque não me sinto mais tão distante.
Pois é Deus, essa talvez seja nossa primeira conversa depois de muito tempo.
Não sei como foi acontecer, nem quando, mas acho que briguei com você algumas vezes. Acho que foi quando meu avô morreu e eu não queria, apesar dos seus 89 anos. Como diria Clarice Lispector, que deve estar aí ao seu lado falando de seus devaneios: desculpem, mas se morre. E eu já entendi isso, Deus, entendi que essa é a única lei da vida e ponto.
Sabe, Deus, eu olho para trás e vejo todos os momentos onde eu achei que você não estaria. E exatamente nestes momentos foi onde você se fez mais presente. Não sei se preciso conversar com você todos os dias, mas estou me sentindo um tanto distante. E talvez queira me desculpar.
Antes de continuar, quero pedir perdão se eu adormecer. Mania essa que eu tenho desde menina!! Até no catecismo eu cantava uma música que dizia algo como “me desculpe se eu dormir enquanto estiver rezando”. Acho que vai ser assim pra sempre, vou acabar dormindo.  Então, me perdoe se isto acontecer.
Deus… quando eu era menina sentia sua presença infinita. Talvez discordasse um pouco das coisas, talvez não entendesse porque tinha tirado meu pai de mim tão cedo. Mas hoje só tenho lembranças boas, então sei que você esteve presente. Depois, com uns quinze anos, passei a ter contato com os anjos. Tudo na minha vida girava em função do meu anjo da guarda, a quem eu chamava de Sealiah. Até o dia em que sonhei com ele e descobri que se chamava Elliot, ou talvez tenha sido um desses meus momentos de loucura. Mas eu conseguia sentir a presença dos anjos, os sinais, o cheiro de rosas. Minha espiritualidade estava no auge da iluminação. Aí aconteceram tantas coisas, Deus, como bem deve saber, já que sabe de tudo.
A vida aqui embaixo é dura, sabe. A gente se esquece das coisas mais importantes porque passa a vida fazendo as menos importantes. Às vezes eu me sinto no meio de um grande formigueiro, com um milhão de formigas operárias andando de um lado para o outro, cumprindo tarefas que não têm sentido. Só que a gente passa reto um do outro, nem ao menos pára para encostar as anteninhas.
A gente aqui embaixo dá duro no trabalho pra ter o que comer em casa, e não cuida da família. Cuida do corpo, e não cuida do espírito. Sabe, Deus, ser adulto no século vinte e um não foi uma escolha boa pra se acreditar em você. Muito menos para conversar com você todo o tempo. Se eu tivesse nascido nos anos 30 eu passaria boa parte do meu tempo indo à igreja, conversando com você, acendendo velas, lendo salmos. Os salmos, eu só lembro deles quando preciso, e são tão mais bonitos que as orações. Desculpe-me Deus, mas estou sendo honesta, de nada me adiantaria mentir se consegue ler meu coração.
Não queria que fosse assim, sabe. Mas esta estória de morar dentro de cubos empilhados dentro de um retângulo, e viver em função de coisas que a gente nem ao menos sabe o que são, tiram a gente do caminho. E acho que foi por isso que acabei me afastando. Pode parecer clichê, mas deve ter sido por falta de tempo.
Me lembro de você quando estou na natureza, Deus, isso sim! Quando vejo o mar infinito e seu poder de não acabar nunca depois do horizonte. Quando sinto a energia do vento de uma tempestade, e abro os braços para recebê-la. Quando piso na grama e sinto o magnetismo do sol puxando a minha energia pela terra. Sim, já senti isso, Deus, e você sabe. Naquela vez que tomei chá de cogumelos. Foi real, eu tenho certeza, senti a força magnética do sol nascendo no horizonte. E foi incrível. Também penso em você quando vejo a lua, as flores, a perfeição exata e matemática da natureza, as estrelas brilhando no céu, num distante tão distante que dá até medo. Esse distante que eu tinha tanto medo de cair pra cima, lembra Deus? Eu achava que a qualquer minuto a gravidade acabaria e a gente cairia pra cima, pro céu… mas isso foi só depois que eu descobri que a gente morava em volta do mundo, e não dentro dele.
Às vezes penso em você quando penso em outras coisas também, como o nascimento, a morte, a metafísica, o amor. Ah, o amor só pode ser coisa de Deus. E todos os obstáculos que a gente tem que enfrentar para chegar ao amor são coisas de Deus, também.
Sabe Deus, na verdade, agora sinto que não estou mais tão distante de você. Se eu, ao menos, olhar para o céu todos os dias e me lembrar que ele não é humano, já estarei te louvando. Se eu prestar atenção em um canto de passarinhos, em uma borboleta voando, ou no cheiro da terra molhada, já estarei perto de você. Se eu tomar banho de mar e banho de chuva, essas águas serão mais bentas que as da igreja. Pra que água benta por padre, se posso ter a água que cai diretamente do céu?
Vou fazer assim então. Me comprometer a ficar mais perto da natureza, porque assim estarei mais perto de você. Vou comer mais verduras e legumes. Vou saborear mais frutas. Vou tocar a terra com as mãos, nem que seja a do vaso de azaléias, até ficar com as unhas sujas. E nem vou ligar. Vou tomar banho de chuva, deixar a neve derreter no meu rosto, sentar na grama molhada e sentir o magnetismo do sol – sem precisar de cogumelos. Vou olhar nos olhos do meu cachorro e ver o amor incondicional das criaturas. Vou contar nuvens de carneirinhos de novo, procurar arco-íris, observar o mundo que acontece dentro da grama. Vou ter mais ar, água e terra na minha vida.
Acho que cheguei à uma conclusão com a nossa conversa, Deus. E, finalmente, não adormeci até o final. Pra falar a verdade foi muito melhor conversar assim com você do que em palavras já feitas, sinto como se tivesse me escutado. Agora vou te ter mais presente, porque também preciso eu fazer a minha parte. Tudo nesta vida é mão dupla. Tudo o que vai tem que voltar. Assim é comigo e com você, assim é com a perfeição matemática das coisas, assim é com as criaturas. Ah, e minha conclusão Deus? É que este mundo está humano demais hoje em dia. E isso está é matando a gente por dentro.
Amém.

Banalidades

Banalidades perfeitas para uma sexta à noite, renovada depois de uma longa sessão de spinning…

1 – Cinco autores:
Fácil…. se bem que poderiam ser mais de cinco… Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade.

2 – Cinco atores:
Ai, essa eu me dou ao direito de escolher cinco brazucas e cinco gringos, portanto, dez.
Raul Cortez (saudades), Wagner Moura, Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Ney Latorraca.
Robin Williams, Ben Stiller, Adrien Broden, Roberto Begnini, Anthony Hopkins.

3 – Cinco atrizes:
Mantenho a desobediência…
Maithê Proença, Adriana Esteves, Marília Pera, Fernanda Montenegro, Eva Wilma.
Julia Roberts, Meryl Streep, Diane Keaton, Jennifer Aniston, Salma Hayek.
Aaaaai que difícil escolher só cinco!!!!!

4 – Cinco vozes:
Bono Vox, Jack Johnson, Madonna, Ben Harper, Nina Simone.
Cazuza, Tom Jobim, Jorge Aragão, Marisa Monte, Djavan.

5- Cinco livros:
Ixi, essa vai ser foda. Escolher só cinco vai ser bem difícil… bom, aí vai…
100 dias entre céu e mar, Amyr Klink.
Anjos e demônios, Dan Brown.
Muitas vidas, muitos mestres, Brian Weiss.
Mensagem, Fernando Pessoa.
Poesia completa e prosa, Vinícius de Moraes.

6- Cinco filmes:
Cinema Paradiso
Sob o sol da Toscana
O pianista
Orgulho e preconceito
Volver
(droga, ainda faltou Inimigo Íntimo, Plano perfeito e Frida… e os nacionais!!!! Olga, Cazuza…  hihihih, como eu sou desobediente, meu Deus!!!!)

7 – Cinco coisas sem a qual você não consegueria viver:
Amor, respeito, cumplicidade, apoio e paz de espírito.

8 – Cinco canais de televisão:
Discovery Channel
Animal Planet
People & Arts
HBO
Discovery Home and Health (sorry, tv aberta!!!)

9 – Cinco programas de TV:
À prova de tudo, Discovery Channel.
Friends
Extreme makeover, home edition, People & Arts
Masterchef goes large, BBC
Qualquer outro de culinária, de preferência com Jamie Oliver, Ainsley Harriot, Curtis Stone, etc.

10 – Cinco lugares que você conhece e não troca:
Bahia, Rio, Barcelona, Londres e Florianópolis.

11 – Cinco lugares que você gostaria de conhecer:
Fernando de Noronha, Havaí, Bora-Bora, interior da China, Austrália.

12 – Cinco bebidas:
Prosecco, Champagne, Cerveja, Vinho e guaraná.

13 – Cinco comidas:
Framboesas frescas, feijoada, cuzcuz paulista, lagostim, massa (como toda boa italianinha!!)
14 – Cinco animais:
Cachorro, gato, tigre, golfinho, borboleta.

15 – Cinco manias:
Academia, internet, celular, leite (aaaai como é difícil parar!!!), mimar meu cachorro.

16 – Cinco coisas que você não gosta:
Jellys (aquelas balinhas moles nojentas), chocotonne ou qualquer outra tentativa de panetonne que não seja o próprio, nhoque, mentira e inveja.

17 – Cinco coisas que você mais ama:
Meu marido, minha mãe, minha irmã, meu cachorro e meu avô, que já faleceu.

Trilha

Se o dia de hoje tivesse uma trilha sonora seria esta: 

Spending my time
Watching the days go by
Feeling so small
I stare at the wall
Hoping that you
Are missing me too
Spending my time
Watching the sun goes down
I fall asleep to the sound
Of tears of a clown
A prayer gone blind
I’m spending my time

 ou esta?

Must I always be waiting, waiting on you?
Must I always be playing, playing your fool?
I keep playing your part
But its not my scene
Want this plot to twist
I had enough mystery
You keep building it up
But  then you are shooting me down
Well I’m already down
Just wait a minute
Just sitting, waiting
Must I always be waiting, waiting on you?
Must I always be playing, playing your fool?
No I can´t always be waiting, waiting on you
I can´t always be playing, playing your fool, fool

Até tem um outro pedaço dessa música que poderia encaixar bem no dia de hoje, mas eu teria que esperar para ver como o dia vai terminar. E hoje… bem, hoje eu só quero que o dia termine bem.

Velho

” O tema da crônica daquele dia, é claro, eram os meus noventa anos. (…) Comecei por me perguntar quando tomei consciência de ser velho (…). Aos quarenta e dois anos havia acudido ao médico por causa de uma dor nas costas que me estorvava para respirar. Ele não deu importância: É uma dor natural da sua idade, falou. – Então – disse eu -, o que não é natural é a minha idade.”

 ” É que estou ficando velho, disse a ela. Já ficamos, suspirou ela. Acontece que a gente não sente por dentro, mas de fora todo mundo vê.”

Trechos extraídos de “Memórias de minhas putas tristes”, Gabriel García Márquez.